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Brasileiros abraçaram a Black Friday, mas reclamações persistem | Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Brasileiros abraçaram a Black Friday, mas reclamações persistem| Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

O varejo brasileiro insistiu e conseguiu: a Black Friday engrenou como uma data especial de compras, e mais de 2,41 milhões de pessoas aproveitaram as promoções para comprar, pelo menos, um produto. Isto só no comércio eletrônico, que registrou alta de 23% em relação ao mesmo evento do ano passado (2017), segundo dados da Ebit Nielsen. Nesta segunda-feira (26), algumas empresas aproveitam o rescaldo para tentar fazer acontecer a Cyber Monday — nos EUA, esta é a data para promoções de produtos eletrônicos.

As vendas no e-commerce totalizaram R$ 2,6 bilhões. O número de pedidos cresceu 13%, para 4,27 milhões, enquanto o tíquete médio expandiu 8% para R$ 608. O resultado dessa Black Friday ficou acima do esperado. A Ebit Nielsen projetava que o crescimento de vendas seria ser 15% este ano. O número de consumidores únicos (que fez ao menos uma compra online) cresceu 9% em relação ao ano anterior, para 2,41 milhões.

No comércio como um todo, as vendas cresceram 4,7% em 2018 ante 2017, segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Os dados consideram as consultas do período de 20 (terça-feira) a 24 (sábado) de novembro de 2018, comparadas às consultas realizadas entre 19 a 23 de novembro de 2017.

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O balanço da SCPC também superou a projeção inicial (a alta prevista era de 4,5% em relação ao ano passado). Somente na sexta-feira, a estimativa é que as vendas tenham crescido 5,9% em relação a 2017.

Produtos de tíquete médio mais elevado, como smartphones, itens de linha branca e TVs dominaram as vendas da sexta-feira (23), segundo o levantamento do SCPC.

Reclamações

Além das vendas, também aumentam, na Black Friday, as reclamações. Em São Paulo, o Procon registrou 258 reclamações, sendo um quinto delas referentes à Cnova (que administra os comércios eletrônicos da CasasBahia.com, Extra.com e Pontofrio.com).

O total de reclamações do Reclame Aqui foi de 5.607, total 20% maior do que o registrado no mesmo período das edições anteriores – 3,5 mil em 2017 e 2,9 mil em 2016.

A maquiagem de preços, quando desconto oferecido sobre o preço do produto ou frete não é real, foi a reclamação mais registrada. São aqueles casos em que os consumidores fazem compras conhecidas “pela metade do dobro”, sem que haja real vantagem. Do total, 33,72% das reclamações foram feitas por este motivo.

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Outras reclamações entre as mais registradas pelo Procon-SP foram mudança de preço ao finalizar a compra; produto ou serviço oferecido indisponível; pedido cancelado pela empresa após a finalização da compra; site intermitente, congestionado ou bloqueado.

As cinco empresas com mais reclamações no Procon-SP foram: Cnova; B2W (dona da Americanas.com, Submarino e Shoptime); Magazine Luiza; Carrefour e Dell.

Já no ReclameAqui, as mais reclamadas foram, na ordem: Americanas.com; Casas Bahia (online); Americanas (marketplace); Netshoes; Magazine Luiza (online); Carrefour (online); Ponto Frio (online); iFood; Extra.com.br; e Submarino.

De acordo com levantamento do Reclame Aqui, das 11h de quarta-feira até as 23h59 de sexta, foram feitas 5.607.

Cyber Monday

Quem não aproveitou o Black November, nem a pré-Black Friday, nem a data em si, na sexta-feira, ainda pode encontrar ofertas nesta segunda-feira (26) durante a Cyber Monday. A data também é importada dos EUA e começou no comércio online de artigos eletrônicos. Hoje, ela abrange quase todas as categorias do varejo.

No Brasil, o supermercado Extra fará pela primeira vez a versão também física das promoções. Notebooks, TVs 4K e outros artigos eletrônicos estarão com descontos de 20% para quem tem o cartão da rede. Eletrodomésticos selecionados também terão preços reduzidos.

As lojas da Fast Shop, como já fizeram nos anos anteriores, também estenderão as promoções do final de semana para segunda.

Já o Magazine Luiza restringe o Cyber Monday apenas para as vendas online. Na última sexta-feira, durante a Black Friday, a rede vendeu durante o equivalente a 15 dias comuns, segundo dados da própria empresa. Durante o evento, o Magazine aumentou o número de parcelas para pagamento disponíveis para itens com tickets mais altos, que poderiam chegar a parcelas 24x sem juros.

Black November

Para conseguir alcançar ainda mais consumidores, muitas empresas têm expandido as ofertas para o mês inteiro, com a “Black November”. Um segmento que abraçou esta lógica foi o bancário. Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco Inter, além de corretoras de investimento, prorrogaram suas ofertas até o fim do mês.

De condições especiais para diversos tipos de investimento a ofertas de diferentes modalidades de crédito, é possível garimpar boas oportunidades. Mas é preciso ficar atento a possíveis pegadinhas.

A principal delas é se deixar seduzir pelas ofertas de crédito. Diante dos descontos oferecidos para financiamentos de automóveis, bem como crédito consignado e imobiliário, vale lembrar uma das regras de ouro das finanças pessoais: evite pagar juros sem necessidade. Nesses casos, o importante é avaliar se há realmente necessidade de fazer o empréstimo.

Outro ponto de atenção é para os produtos financeiros oferecidos. Na pressa para tentar aproveitar alguma promoção, há quem deixe de observar, por exemplo, se a liquidez ou risco do ativo está de acordo com suas necessidades financeiras.

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