Com a economia mais desaquecida e o brasileiro menos disposto a gastar, o comércio on-line acredita que o consumidor vá antecipar ainda mais neste ano suas compras de final de ano com as promoções da Black Friday.
O evento, que foi "importado" do varejo americano, vai acontecer durante as 24 horas da última sexta-feira de novembro -dia 28.
A Braspag, empresa do grupo Cielo e que atua em plataformas de pagamento para o comércio eletrônico, prevê que a venda nessa data deva superar as 660 mil transações registradas na edição do ano passado. A empresa processa o pagamento de cerca de 60% das vendas do mercado de e-commerce nacional.
"Com o atual cenário econômico, a tendência é que as promoções sejam mais agressivas, o que é um motivador importante na antecipação das compras de Natal", diz Gastão Mattos, presidente da Braspag. "Ainda que esteja mais contido nos gastos, o consumidor sempre está propenso a gastar um pouco mais no final do ano."
Pico
A exemplo do que ocorreu em 2013, o pico de vendas da Black Friday deve ocorrer no período da tarde. Neste ano, a previsão é que o maior volume de transações aconteça entre 16h e 17h.
Para chegar a essa estimativa, a Braspag analisou o volume de 660 mil transações registradas na edição da Black Friday do ano passado em comparação com as cerca de 300 mil verificadas em 2012. A empresa também cruzou esses dados com o comportamento de vendas durante sextas-feiras típicas do ano passado e deste ano.
"As pessoas preferem fazer suas compras no final do dia porque porque estão pesquisando mais antes de comprar", diz Mattos.
O segundo pico de concentração de vendas deve ocorrer por volta do meio-dia. "O lojista deve ficar atento porque, se a venda on-line dele estiver destoando muito desse horários, ele pode estar perdendo clientes para a concorrência", afirma o presidente da Braspag.
Em uma sexta-feira "normal", o pico de vendas do comércio eletrônico acontece das 10h às 11h.
Para quem quiser aproveitar, o período de menor transações de vendas on-line está previsto para ocorrer entre as 4h e as 6h da manhã. O movimento deve começar a aumentar a partir da meia-noite e varia até as 2 h da manhã.
Duas décadas
Em 2015, o e-commerce brasileiro completa 20 anos e, segundo especialistas desse setor, há espaço para crescer ainda mais.
Segundo o economista Jack London, fundador da Camara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico), hoje a participação do e-commerce no varejo brasileiro é de aproximadamente 3% do total das vendas do comércio.
"Não era o que imaginávamos ou prevíamos há vinte anos. O Gartner Group, um dos centros de pesquisa mais influentes da época, estimava que , em 30 anos, o e-commerce teria 25% do comércio mundial. A realidade não confirmou a previsão. Nos Estados Unidos, o comércio eletrônico tem hoje de 6% a 7% do varejo e na Inglaterra, o e-commerce tem 10,7%", diz o empresário.
"Os números da Inglaterra têm similaridade com os do Brasil no que diz respeito ao número de usuários do e-commerce e podem nos servir como balizamento de uma política global do setor para alcançar a meta de chegar aos 10% do total do varejo brasileiro em 20 anos", completa.
Em 2013, as vendas mundiais de e-commerce cresceram 19%, índice próximo ao crescimento brasileiro de aproximadamente 24%.
"Essa taxa tende a cair nos próximos anos, chegando a 9,9% em 2018", afirma London.
-
Esquerda usa falácia sobre facções para criticar PEC das Drogas
-
Prefeitos do RS indignados com governo Lula na tragédia; acompanhe o Sem Rodeios
-
Governo prepara auxílio direto às famílias do RS atingidas pelas enchentes
-
Estratégia pró-judicialização de Lula pode reduzir sua influência na disputa da presidência da Câmara
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Deixe sua opinião