Blitz cobra R$ 150 mil em impostos

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Começou ontem, em Maringá, o projeto "Alerta Fiscal", trabalho realizado pela Receita Estadual que busca combater a sonegação e permitir que o estado arrecade R$ 1,5 bilhão além da previsão orçamentária para este ano. Somente até a tarde de ontem foram feitas 49 autuações em Maringá, com a cobrança de R$ 150,4 mil em impostos, dos quais R$ 37 mil já foram pagos.

Durante todo o dia, a Receita Estadual visitou shoppings de varejo e atacado, postos de combustíveis e outros estabelecimentos comerciais. Equipes também fiscalizaram vários automóveis nas principais vias da cidade e em rodovias da Região Noroeste. Cerca de 30 veículos foram retidos por falta do pagamento do IPVA. A força-tarefa de 160 pessoas, entre auditores fiscais e procuradores do estado, também recolheu caminhões que transportavam combustíveis sem o recolhimento do ICMS na distribuidora.

Esclarecimentos

A previsão é de que aproximadamente 700 estabelecimentos de Maringá e região sejam visitados pelos fiscais, que checarão a regularidade do pagamento de impostos. Segundo o coordenador da Receita Estadual, Gilberto Della Coletta, o programa não tem caráter punitivo, mas de esclarecimento, buscando recolocar a presença do Fisco para a comunidade. "Será um trabalho de orientação, mas, se forem constatadas irregularidades, serão tomadas as medidas fiscais cabíveis", explica.

Durante a semana, a delegacia regional da Receita Estadual ainda fará palestras com empresários e contadores sobre os procedimentos que devem ser adotados pelos contribuintes. Também foi instalado um quiosque na Praça Raposo Tavares para esclarecimento da população e apoio às equipes que estarão em campo. No local, a população poderá fazer consultas sobre a situação do IPVA ou esclarecer dúvidas relacionadas a impostos.

Dívida bilionária

Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda, a dívida dos contribuintes com o Fisco chega a R$ 13 bilhões, valor que corresponde à metade do orçamento anual do estado. Essa quantia está sendo requisitada na Justiça. Outros R$ 7 bilhões ainda estão em discussão nas esferas administrativas da pasta.

Para amenizar o problema, o "Alerta Fiscal" também será levado para outras delegacias regionais da Receita Estadual ao longo deste ano. Existe a possibilidade de que o projeto chegue a Londrina no próximo mês, mas a data ainda não foi confirmada. Sem o projeto, a Receita já havia realizado 2,5 mil autuações em todo o Paraná entre janeiro e abril deste ano. Durante o período, foram cobrados R$ 394,5 milhões em impostos não pagos. "Precisamos resgatar a credibilidade do estado. Não podemos permitir que a sonegação seja um diferencial competitivo entre as empresas", afirmou o inspetor-geral de fiscalização, Clovis Rogge, em entrevista para a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial do governo do Paraná.