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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que o Estado brasileiro entrou este ano em nova fase de "forte redução de gastos de custeio", e que o esforço fiscal deve abrir espaço para uma redução de juros.

Segundo Mantega, o principal desafio do país para este ano e os próximos é melhorar as contas externas brasileiras, garantindo que as exportações cresçam em ritmo superior ao das importações.

"Essa é a agenda que esta colocada para nós, uma forte redução de gastos de custeio, e um esforço grande para impedir que novos gastos sejam gerados, no Congresso, em novas áreas do governo", afirmou Mantega ao abrir reunião com representantes do setor produtivo.

A redução da demanda pública, acrescentou o ministro, permitirá ao país investir mais e reduzir juros. "A política monetária tem que reagir a essa nova colocação, redução de gasto publico tem que resultar depois em redução de juros, isso é uma lógica que é aceita por todos."

O encontro, realizado no ministério, foi o primeiro do Grupo de Avanço de Competitividade, criado por Mantega durante a crise econômica global para ter um canal periódico de interlocução com o setor produtivo. A reunião, com a presença dos demais ministros da área econômica, incluindo o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi fechada à imprensa, mas a assessoria do ministro divulgou o áudio do seu pronunciamento.

Segundo o ministro, este ano as commodities devem continuar a se valorizar, o que seguirá alavancando as vendas externas brasileiras.

"Mas nós temos que forçar aqui a questão da exportação de manufaturados, enfrentar a guerra comercial, que está firme aí, de todas as maneiras", afirmou o ministro aos empresários e executivos, fazendo referência à "concorrência predatória" e à "questão cambial".

Ao chegar à reunião, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, havia afirmado que o governo não descarta a possibilidade de elevar as tarifas de importação de alguns produtos como medida de defesa comercial.

O país registrou no ano passado um déficit em conta corrente equivalente a 2,28 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o maior desde 2001, e a estimativa do Banco Central é que o déficit aumente a 2,80 por cento do PIB em 2011.

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