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O pagode com Arlindo Cruz acontece na quinta | Reprodução www.tcvultura.com.br/bembrasil
O pagode com Arlindo Cruz acontece na quinta| Foto: Reprodução www.tcvultura.com.br/bembrasil

A adoção de boas práticas de governança corporativa poderia ter evitado o "desaparecimento" de uma série de tradicionais empresas brasileiras nas últimas duas décadas, que quebraram ou foram compradas por empresas multinacionais. A opinião é do coordenador geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC-PR), Fernando Mitri.

Entre as "boas práticas" citadas por especialistas, estão a independência do conselho de administração, o tratamento igual a acionistas majoritários e minoritários, máxima transparência na divulgação de informações e bom relacionamento com funcionários e a comunidade que sofre influência da empresa. Embora esses conceitos venham ganhando força com o sucesso de companhias listadas em segmentos especiais da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) – níveis 1, 2 e Novo Mercado –, as boas práticas não devem se limitar às grandes empresas, diz Mitri.

"Mesmo sociedades anônimas de capital fechado e companhias limitadas podem criar conselhos consultivos, semelhantes aos conselhos de administração das companhias listadas em bolsa." Mas, orienta, é preferível que os conselhos consultivos não fiquem restritos a familiares do fundador. "Eles precisam da experiência de pessoas de fora, com grande vivência de mercado", defende o especialista, que trabalhou por 33 anos na IBM, chegando ao cargo de presidente da subsidiária brasileira da companhia e à vice-presidência da divisão latino-americana.

Segundo Mitri, um conselho ocupa 30% de seu tempo discutindo o plano estratégico do negócio – se a empresa deve se preparar para adquirir outras companhias ou ter uma estratégia mais defensiva, se vai se dedicar mais às exportações ou focar o mercado interno, por exemplo. E, com isso, ela dificilmente será pega de surpresa pelas mudanças do mercado. "Muitas dos casos que vimos no Paraná são de fundadores que de certa forma se afastaram da empresa, deixando-a nas mãos de pessoas pouco preparadas, e, quando perceberam, a situação era irrecuperável."

Nepotismo saudável

O coordenador do IBGC ressalta que adotar práticas eficientes de gestão não significa, necessariamente, trazer executivos de fora da família do fundador. O objetivo da boa governança é a perenidade da empresa, o que pode ser garantido com parentes, desde que eles conheçam o negócio e tenham a confiança dos acionistas.

Mitri cita o exemplo da centenária Gerdau, uma das 15 maiores siderúrgicas do mundo, que jamais registrou prejuízo e que, mesmo no momento da sucessão – um dos processos mais delicados da vida de uma empresa –, tomou uma decisão bem vista pelo mercado. A seleção do novo presidente, que durou dois anos e teve a participação de 20 executivos da empresa, terminou com a escolha de André Gerdau Johannpeter, filho do ex-presidente Jorge Gerdau Johannpeter. "E o mercado aceitou muito bem, não houve qualquer contratempo. Até porque o processo foi comunicado ao público, e todos sabiam que havia consultores tratando dessa questão."

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