O governo da Bolívia enviou à Petrobras uma "notificação amistosa" para iniciar formalmente, na próxima semana, negociações para aumentar o preço do gás natural exportado ao Brasil. O presidente da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado, disse que o documento foi enviado nesta sexta-feira, convidando os executivos para visitar La Paz e estabelecer os acordos.
Apesar de o presidente da Bolívia, Evo Morales, ter alardeado que elevaria o preço do gás vendido ao Brasil e à Argentina, a Petrobras ainda não havia sido notificada oficialmente. O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse neste sábado que a intenção do governo boliviano de aumentar o preço do gás exportado ao Brasil, além do reajuste previsto em contrato, é uma "pretensão descabida".
"Não vejo como concordar com um aumento neste momento. Eles estão ganhando muito dinheiro com esse contrato. Muito mais que o esperado", afirmou. As declarações de Sauer foram feitas antes de a Petrobras ser convidada oficialmente pela Bolívia para negociar o preço. O diretor acredita que não deve haver aumento além do reajuste previsto, de 11%, já que a estatal não deverá concordar com isso.
O contrato vigente desde 1999 entre as duas companhias estabelece que, a partir da notificação formal, a YPFB e a Petrobras têm um prazo máximo de 45 dias para um acordo. Se não chegarem a acerto em comum, o tema poderá ser enviado à arbitragem internacional. A Petrobras já tinha pedido a notificação ao governo boliviano para iniciar o diálogo. A YPFB pretende subir o preço atual de US$ 3,40 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica), embora não se saiba oficialmente qual será a percentagem.
Morales anunciou a decisão de subir o preço do combustível vendido para o Brasil e à Argentina no marco de sua política energética, que tem como eixo a nacionalização dos hidrocarbonetos, aprovada no mês passado. Ainda não se conhece formalmente a proposta boliviana ao Brasil, mas no caso da Argentina, o pedido feito foi de um aumento de US$ 3,35 a US$ 5,50 por milhão de BTU.
O Brasil importa atualmente uma média de 26 milhões de metros cúbicos diários, cerca da metade do consumo nacional, e tem um contrato até 2019. A Argentina utiliza 7,7 milhões de metros cúbicos diários da Bolívia e mantém o contrato até o fim deste ano.
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