O presidente da Bolívia, Evo Morales, pedirá formalmente nas próximas horas que o seu país seja aceito como membro pleno do Mercosul, disse nesta segunda-feira o chanceler boliviano, David Choquehuanca.
``O presidente boliviano, o irmão Evo Morales, vai dar conhecimento dessa solicitação formal tanto ao Mercosul como à CAN (Comunidade Andina de Nações)'', disse Choquehuanca em Brasília, onde está junto de outros cinco ministros bolivianos para reuniões com autoridades brasileiras.
``Queremos ser membros plenos e nesses dias, possivelmente hoje, o presidente vai fazer chegar (o pedido) a todos os presidentes do Mercosul, assim como aos da CAN'', acrescentou ele a jornalistas.
O Mercosul tem cinco membros plenos: seus fundadores Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai e a Venezuela, que assinou sua adesão em julho e tem um cronograma para concluir sua integração à união aduaneira em quatro anos.
Com a adesão, cujos termos têm de ser negociados, a Bolívia faria parte do bloco comercial sul-americano, aceitando os acordos que deram origem ao bloco -o Tratado de Assunção e os Protocolos de Ouro Preto, além dos mecanismos de solução de controvérsias do Mercosul.
O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que ''saudamos o desejo manifestado pelo presidente Evo Morales'' e garantiu em entrevista coletiva que o Mercosul poderá confirmar a Bolívia como membro pleno no dia 18 de janeiro, quando os presidentes do bloco se reunirão no Rio de Janeiro.
``Nossa expectativa é de que na reunião de 18 de janeiro já possamos receber a Bolívia no Mercosul'', disse Amorim.
A Bolívia, que atualmente é membro associado do Mercosul, faz parte da CAN - integrada por Colômbia, Equador e Peru -, da qual a Venezuela se retirou recentemente.
Choquehuanca indicou que ``o ingresso da Bolívia no Mercosul não significa que nós sairemos da CAN'', sinalizando que o país quer conservar ``as preferências, os mercados'' oferecidos pelos países andinos.
Amorim, por sua vez, explicou que ``haverá normas que terão que ser compatibilizadas'' para a adesão plena da Bolívia ao Mercosul, mas indicou que não haverá obstáculos maiores para que essa entrada se concretize já que, segundo ele, ``na prática'' a CAN deixou de ser uma união aduaneira.
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