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O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou esta quarta-feira (4) em queda de 0,38%, aos 51.832 pontos, pressionado pelas ações de bancos e da Petrobras, e com os investidores digerindo dados econômicos fracos. As ações preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) tiveram queda de 1,78%, enquanto as ordinárias (com direito a voto) cederam 1,32%.

No setor financeiro, o Itaú Unibanco teve desvalorização de 1,14%, enquanto os papéis preferenciais do Bradesco cederam 0,86%. Já o Banco do Brasil e o Santander tinham recuos menos expressivos, de 0,26% e 0,77%, respectivamente. "Estamos sem conseguir romper uma linha de tendência de queda que se formou nos últimos 20 dias, apesar de ter havido um repique", afirmou o analista Fábio Gonçalves, da Banrisul Corretora, referindo-se às altas do índice no início da semana.

O recuo da produção industrial brasileira em abril e a expansão somente modesta do setor de serviços em maio corroboraram o sentimento do mercado de baixo crescimento econômico. Assim, investidores mostraram-se pouco dispostos a tomar risco. "O mercado está apático, com a ausência de expectativas de crescimento para a Bolsa, e trabalhando somente em cima de agenda", disse o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos.

A produção industrial brasileira iniciou o segundo trimestre ainda mostrando contração, com recuo de 0,3% em abril, afetada principalmente pelos bens de consumo duráveis e num sinal de que a atividade econômica do país terá dificuldade para se recuperar.

No exterior, o mercado digeriu um dado mostrando menos contratações no setor privado dos Estados Unidos em maio, antes do relatório de emprego do país na sexta-feira. Já o Livro Bege do Fed, banco central americano, destacou crescimento moderado a modesto em todas as 12 regiões avaliadas pela instituição, mudança positiva sobre o documento de abril, quando algumas partes do país lutavam contra o inverno severo.

Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) da Abril Educação dispararam 8,44%, depois de a empresa anunciar acordo para que a gestora de recursos Tarpon Investimentos ingresse em seu bloco de controle. O preço da unit se aproximava do valor de R$ 35 por ativo da empresa estabelecido no acordo, ante preço de fechamento na véspera de R$ 32.

Câmbio

A maior aversão ao risco entre os investidores impulsionou a demanda por ativos considerados mais seguros, como o dólar, o que contribui para o aumento da cotação da moeda em relação ao real nesta quarta-feira. A alta ocorreu mesmo após o governo anunciar medida que incentiva a entrada da moeda americana no país e o Banco Central manter uma oferta maior de swaps cambiais em leilão de rolagem.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,35% sobre o real, cotado em R$ 2,282 na venda. É a maior cotação desde 26 de março, quando ficou em R$ 2,312. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,26%, também para R$ 2,284.

O Ministério da Fazenda reduziu para até 180 dias o prazo médio mínimo para aplicação da alíquota de 6% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre empréstimos externos tomados por empresas e bancos.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que a retirada do IOF tenha sido motivada por preocupações com a inflação. Segundo ele, a medida tem por objetivo "normalizar" o mercado de câmbio e melhorar as condições de financiamento para alguns setores da economia.

O Banco Central deu continuidade ao programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil contratos de swap (operação que equivale a venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,8 milhões.

A autoridade também promoveu outro leilão de 10 mil contratos de swap que venceriam em 1º de julho, por US$ 495,1 milhões. Foi o segundo dia em que o BC rolou 10 mil contratos, e não 5 mil, como vinha fazendo diariamente em maio.

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