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Bolsa é pior aplicação do mês; ouro lidera

Com queda de 7,51% do principal índice de ações (o Ibovespa) em janeiro, a Bolsa teve o pior mês desde junho do ano passado, quando a desvalorização foi de 11,31%, e ficou na lanterna do ranking de investimentos. Na outra ponta do ranking, o ouro foi a alternativa mais rentável, com valorização de 6,73%.

O levantamento considera o rendimento das aplicações com desconto de Imposto de Renda em simulações de resgate em 12 meses, além do desempenho antes do IR. A queda do Ibovespa também foi a mais intensa para janeiro desde a criação do Novo Mercado da BM&FBovespa, em 2000, que passou a exigir mais das empresas participantes em relação a transparência e qualidade da gestão e da informação de dados [governança corporativa].

Nesse cenário, os fundos de ações livres, alternativa para o pequeno investidor que aplica em Bolsa, caíram 5,87% em janeiro deste ano. Vale destacar que os dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre fundos de investimento representam uma média e, portanto, não refletem exatamente o resultado para o pequeno investidor já que incluem o desempenho de fundos que exigem aplicação mínima elevada, cobram taxas de administração menores e, por isso, costumam render mais.

Pressionado pela desconfiança dos estrangeiros em relação aos mercados emergentes, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou janeiro com queda de 7,51%. Foi o pior desempenho mensal do índice desde junho do ano passado, quando perdeu 11,31%.

A baixa também foi a pior para meses de janeiro desde 1995, quando registrou desvalorização de 10,77%. No dia, depois de oscilar entre altas e baixas, o Ibovespa encerrou com ganho de 0,84%, para 47.638 pontos, impulsionado por ações de bancos."A perda recente do índice deixou alguns papéis com preços muito baixos. O investidor aproveitou hoje para comprar 'pechinchas', o que justifica a alta do Ibovespa no final do dia", explica Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 0,31%. Foi a quinta baixa semanal do índice. "O cenário ruim para a Bolsa brasileira deve continuar em 2014. Nossa economia está fraca, num cenário de fortalecimento dos EUA. A China deve crescer menos e, consequentemente, reduzir o desempenho projetado para as grandes exportadoras", diz Marcio Cardoso, diretor da Easynvest Título Corretora.

O especialista, no entanto, afirma que não há motivo para pânico. "O Brasil está bem melhor que os demais emergentes. Nossas reservas internacionais são fortes e, por isso, o impacto da saída inevitável de investimentos estrangeiros dos países em desenvolvimento acaba sendo mais controlado por aqui", completa.

O Banco Central do Brasil divulgou nesta sexta-feira que o setor público brasileiro registrou superavit primário de R$ 10,407 bilhões em dezembro. Em 2013, a cifra chegou a R$ 91,3 bilhões a menor poupança para o abatimento da dívida pública em 15 anos. "O número é ruim, mas as expectativas era de que ele viesse ainda pior", avalia Hegedus.

Câmbio

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em leve alta de 0,12% em relação ao real, cotado em R$ 2,415 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,12%, a R$ 2,412.

O dólar chegou perto de R$ 2,43 durante as negociações, mas perdeu força após o Banco Central do Brasil ter realizado uma atuação extra no mercado através de um leilão de linha de crédito no valor total de US$ 2,3 bilhões.

Nesses leilões, o BC coloca no mercado, no momento da operação, determinada quantia em dólares com a garantia de recomprá-la após alguns meses, independentemente do valor que a moeda vai ter. "O Banco Central vem forte na política de aumento dos juros, o que deve ajudar a amenizar a disparada do dólar. Além disso, é possível que a autoridade volte a aumentar sua atuação no câmbio para conter a desvalorização do real", diz Hegedus.

O real, assim como as demais moedas emergentes, segue sendo afetado pela desconfiança dos estrangeiros com os emergentes e pela retirada do estímulo americano, que reduz o volume de recursos disponível para investimento nesses mercados. Hoje, 19 das 24 moedas emergentes mais negociadas apresentavam desvalorização em relação ao dólar.

O Banco Central também deu continuidade hoje ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda futura de dólares), por um total de US$ 197,6 milhões.

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