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O dólar fechou com leve queda ante o real nesta sexta-feira (31), encerrando janeiro com valorização pelo quarto mês consecutivo com o ambiente de maior aversão ao risco sobre mercados emergentes. Segundo analistas, no entanto, já não há tanto espaço para o dólar continuar subindo muito em relação ao real no curto prazo, o que diminui a expectativa de que o Banco Central brasileiro intensifique suas intervenções no câmbio.

A moeda norte-americana recuou 0,10%, a R$ 2,4124 na venda, acumulando em janeiro alta de 2,33%, quarto mês consecutivo de ganhos. Neste período, a valorização foi de 8,85 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em 1,2 bilhão de dólares no dia. "Já dá para perceber que o dólar não está numa escalada contra o real. Podemos ver volatilidade, mas não espero muito mais alta", afirmou o economista-chefe do banco J. Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall.

Ativos de países em desenvolvimento vêm sendo fortemente pressionados desde a semana passada em meio ao mau humor mundial com mercados emergentes, levando o dólar a chegar a encostar em 2,45 reais nesta semana no intradia.

Neste período, o avanço da divisa norte-americana contra o real não foi tão intenso quanto em outros mercados, mas já havia subido bastante nos meses anteriores. Só em janeiro, o dólar subiu cerca de 5 por cento sobre a lira turca e o rand sul-africano. "Esses níveis de agora (do dólar ante o real), que já incluem tudo que a gente subiu ano passado, parecem adequados", afirmou o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, acrescentando que vê o dólar, no máximo, em torno de 2,45 reais.

Neste contexto, acrescentou ele, não há necessidade de que o BC intensifique a intervenção no câmbio. A autoridade monetária deu continuidade às atuações diárias nesta sexta-feira vendendo a oferta total de até 4 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, distribuídos entre 3 mil com vencimento em 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro deste ano. A operação teve volume equivalente a 197,6 milhões de dólares.

Além disso, fez leilões de linha para rolagem de até 2,3 bilhões de dólares. Nesta sessão, a divisa norte-americana chegou a subir de forma mais expressiva ante o real, reagindo à briga pela formação da Ptax de janeiro e ao ambiente global de aversão ao risco que levava investidores a se refugiar no dólar.

Após o fechamento da Ptax, no início da tarde, o dólar reduziu a alta, em linha com o arrefecimento da pressão sobre outros mercados emergentes.

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