A reunião do G-20 provocou uma alta generalizada das bolsas mundiais ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não foi exceção nessa onda de entusiasmo global e voltou ao seu patamar de outubro de 2008. As notícias do setor manufatureiro americano também ajudaram na alta de ontem, embora o mercado tenha se frustrado com a política monetária do continente europeu.
O mercado recebeu com euforia a decisão do G-20 em mobilizar cerca de US$ 1 trilhão para apoiar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e reforçar o comércio mundial. "Embora a gente não saiba ainda quanto desse dinheiro realmente vai ser usado e em que prazo, a decisão é importante. O FMI vai usar esses recursos para apoiar países que já começam a ter dificuldades, a exemplo do México. Quer dizer, é uma maneira de evitar novos focos de crise e impedir um efeito em cadeia", avalia Jayme Alves, analista da corretora Spinelli.
O termômetro da bolsa, o Ibovespa, disparou 4,19% no fechamento e atingiu os 43.736 pontos. Na BM&F, a cotação do dólar caiu 1,97%, para R$ 2,23. Nos EUA, a Bolsa de Nova Iorque subiu 2,79%. Na Europa, os ganhos também foram firmes. Em Londres, o índice FTSE-100 ganhou 4,28%; na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve alta de 5,37%; em Frankfurt, o índice Xetra-DAX avançou 6,07%.
Jayme Alves, da Spinelli, lembra que após uma valorização dessa magnitude é comum que os investidores vendam os papéis com maior ganho embutido para embolsar ganhos. "Mas isso vai depender de como estiver o fluxo amanhã[hoje]. É possível que as últimas notícias realmente tenham melhorado a percepção de risco do investidor, principalmente o estrangeiro", comenta.
Entre outras notícias importantes ontem, o Banco Central Europeu (BCE) frustrou uma parcela do mercado financeiro ao rebaixar a taxa de juros da zona do euro de 1,5% ao ano para 1,25%. Uma corrente de economistas, diante do quadro recessivo da economia europeia, aguardava um ajuste para 1% ao ano.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho revelou que o número de americanos que recebem seguro-desemprego atingiu a cifra de 5,7 milhões na semana passada, um novo recorde. Os pedidos do benefício somaram 669 mil até o dia 28, ante projeções de 650 mil dos analistas de mercado. O Departamento de Comércio informou que o volume de pedidos à indústria teve um crescimento de 1,8% em fevereiro, após seis meses consecutivos de retração.
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