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A dona de casa Ana Montenegro: preferência por papéis de infraestrutura e serviços | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
A dona de casa Ana Montenegro: preferência por papéis de infraestrutura e serviços| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Popularização

Adesão perdeu fôlego nos últimos dois anos

Quando o programa de popularização da bolsa foi lançado, em 2002, a expectativa da BM&FBovespa era conseguir 5 milhões de investidores até 2014. A dois anos a data, a meta parece quase inalcançável: pouco mais de 500 mil pessoas físicas investem em ações atualmente – resultado de mudanças no mercado.

"Até 2008, todo mundo ganhava na bolsa. Foi um momento muito sedutor para todos os investidores e atraiu muitos interessados. Depois, gradualmente o ritmo de adesões foi desacelerando", explica Rogério Garrido, diretor da área de bolsa da Grow Investimentos.

De 2002 a 2010, o número de pessoas físicas que negociam ações saltou de 85 mil para 610 mil. Mas com a instabilidade dos papéis, a bolsa perdeu cerca de 40 mil investidores nos últimos dois anos.

A tendência, no entanto, é que a partir de agora o número de investidores volte a crescer. Com cenário de juros baixos, investimentos de renda variável voltam a ser uma alternativa mais atraente. "O investimento de maior risco passa a ter um diferencial frente à renda fixa, que não trará o mesmo retorno dos últimos anos", completa Garrido.

Os homens de cerca de 30 anos e R$ 116 mil investidos em ações ainda são a maioria dos investidores paranaenses na bolsa de valores, mas graças à adesão de mulheres e jovens o Paraná foi o quinto estado que mais ampliou sua base de investidores nos últimos dez anos. A pluralidade é resultado de medidas de popularização da bolsa de valores, que angariou mais de 500 mil pessoas físicas nos últimos dez anos – 25 mil deles paranaenses .

INFOGRÁFICO: Veja qual o perfil dos investidores da bolsa

Em 2002, o Paraná tinha apenas 3,9 mil investidores na bolsa de valores. Hoje, são 31 mil, uma base quase oito vezes maior. "É o resultado da popularização e da acessibilidade ao investimento. Quanto mais próximo do público, mais plural será o perfil", explica o economista-chefe da corretora SGC, Caio Laporte.

Para o diretor da área de bolsa da Grow Investimentos, Rogério Garrido, os bons resultados das ações até 2008 despertaram o interesse geral pelos papéis. "Todo mundo entrava na bolsa. Meio milhão de pessoas passaram a operar de casa, sozinhas, pelos seus home broker. Era muito difícil perder dinheiro", afirma.

Retrato da pluralidade, a bolsa viu a participação feminina crescer quase dez vezes, enquanto o número de homens aumentou pouco mais de seis vezes no período. Há dez anos, as mulheres representavam 18% dos investidores e hoje elas já são mais de 25%.

A dona de casa Ana Celeste Montenegro é um exemplo disso. Ela passou a investir em ações em 2006 para diversificar seus investimentos. Há anos administrando imóveis da família, ela decidiu entrar na bolsa por influência do seu marido. "Ele convenceu meus filhos e eu de que deveríamos investir um pouco na bolsa para não depender somente de uma fonte", afirma.

O bom desempenho dos papéis fez com que Ana Celeste passasse a acompanhar cada vez mais de perto sua carteira. "Invisto a longo prazo, mas procuro ações de setores de infraestrutura e serviços, que me parecem ser os mais prósperos", completa.

Mesmo cada vez mais presentes, as mulheres ainda investem valores menores que os homens. Enquanto elas têm, em média, R$ 174 mil investidos nas suas contas em ações, eles têm R$ 204 mil aplicados na bolsa.

A idade também diz muito sobre o quanto o investidor tem aplicado nos papéis. Os investidores com mais de 66 anos só ganham em quantidade das faixas etárias de até 15 anos e de 16 a 25 anos, mas são os que concentram as contas mais recheadas: 39% do dinheiro investido em ações por pessoas físicas são de pessoas mais velhas. "É natural. São pessoas que acumularam mais dinheiro ao longo da vida e têm mais recursos para diversificar suas aplicações", afirma Caio Laporte.

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