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A trajetória de queda em que entrou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no mês passado assustou muita gente. O Ibovespa – índice que reflete o desempenho das ações mais negociadas da Bolsa – atingiu seu pico histórico no início de maio (42 mil pontos) mas, desde então, chegou a recuar quase 25%. Para analistas, essa recente volatilidade é uma grande oportunidade para comprar ações em queda e esperar a estabilização dos humores.

Uma amostra do potencial do mercado de ações brasileiro foi vista ontem. Bastou um sinal de otimismo com relação ao avanço dos juros nos Estados Unidos para que a Bolsa subisse 4,4%. O dólar caiu 1,6%, fechando o dia cotado a R$ 2,24. De acordo com especialistas em finanças, as fortes oscilações devem persistir até o fim do mês, quando ficará mais claro o cenário para os juros americanos. Se houver sinal de que eles vão parar de subir, é provável que os mercados fiquem mais calmos. Até lá, pode ser um bom período para quem quer entrar na Bolsa.

"Com a queda dos papéis de grandes companhias, o espaço para novos ganhos ficou muito interessante. Quem está de fora pode entrar em um momento privilegiado", avalia Gustavo Deodato, diretor da Petra Corretora. Há um mês, papéis como o da Petrobrás e da Vale do Rio Doce estavam bastante valorizados, o que desestimulava as aplicações. Agora, após uma desvalorização de aproximadamente 25%, as ações das duas empresas estão mais atraentes.

A sugestão, para quem tem um certo capital para investir, é dividi-lo em partes e comprar ações aos poucos. "Se a pessoa tiver R$ 6 mil, por exemplo, ela pode dividir em três lotes de R$ 2 mil. Investe o primeiro agora e, mesmo que as ações venham a cair mais um pouco, ela ainda terá capital para comprar novos papéis por preços mais baixos e esperar pela recuperação", explica Deodato.

Esse tipo de estratégia é indicada para aplicações de longo prazo. "É possível que o Ibovespa venha a cair mais um pouco, para 30 mil pontos. Mas ele pode chegar novamente à casa dos 40 mil pontos até o fim do ano", afirma Marcelo Elaiuy, diretor financeiro do Banco Credibel.

Para quem já investia em ações e não as vendeu, a recomendação é esperar. "Tentar vender agora pode ser um gesto tardio. O momento de realizar lucros já passou", diz Rogério Garrido, estrategista de renda variável da corretora Omar Camargo. "Quem já estava no mercado, pode aproveitar este momento para trocar papéis de pior qualidade, pelas ações das boas companhias", sugere Elaiuy.

Em momentos de baixa como este, ações de empresas como Petrobrás, Vale do Rio Doce e Gerdau, e dos bancos Bradesco e Itaú são recomendadas pelos analistas. Embora as bolsas de todo o mundo estejam em baixa, dificilmente essas companhias deixarão de apresentar bons balanços.

Os especialistas advertem que a Bolsa é um investimento de risco e sugerem que pessoas com perfil conservador aguardem a volta da calmaria. "Se a pessoa quer investir, é melhor optar por um fundo de renda fixa e só voltar a pensar em ações quando passar o nervosismo", diz Gustavo Oliveira de Andrade, operador de bolsa da XP Investimentos. O consenso é de que dificilmente a Bovespa vai se acalmar antes do próximo dia 29, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) define a nova taxa de juros dos EUA.

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