Câmbio
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em queda de 0,24% em relação ao real, cotado em R$ 2,322 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,30%, também a R$ 2,322. Foi a 3ª baixa seguida da moeda americana.
Segundo operadores, as intervenções do Banco Central no câmbio têm conseguido segurar a pressão de alta na cotação do dólar em meio a perspectiva de que um corte no estímulo dos EUA enxugará a oferta da moeda americana nos mercados emergentes, como o Brasil.
O BC deu continuidade pela manhã ao seu programa de intervenções diárias no câmbio para aumentar a liquidez do mercado e segurar a alta da moeda americana. A autoridade também realizou pela tarde o sétimo leilão de swaps cambiais tradicionais, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro, para rolar os vencimentos de 2 de janeiro do ano que vem, oferecendo 20 mil papéis.
Pressionado pelas ações da Petrobras e com o mercado em compasso de espera pela reunião do banco central dos Estados Unidos, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou nesta terça-feira (17) em queda de 0,38%, a 50.090 pontos. "O dia foi pautado na cautela dos investidores com a possibilidade de o Fed [banco central dos EUA] começar já nesta semana a reduzir seu estímulo econômico, o que diminuiria o volume de recursos disponíveis para investimento em outros países, como o Brasil, prejudicando nosso crescimento e, consequentemente, nossa Bolsa", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
As ações mais negociadas da Petrobras, que representam mais de 8% do Ibovespa, fecharam o dia com perda de 3,11%, enquanto os papéis ordinários da estatal (menos negociados e com direito a voto) cederam 3,29%. Juntas, as duas ações da empresa representam cerca de 12% do Ibovespa. "A queda das ações da Petrobras foi técnica, um ajuste aos ganhos recentes. A empresa subiu três dias seguidos, embora o cenário continue negativo para ela em meio a incertezas sobre como ficarão os reajustes da estatal em 2014 e se eles serão suficientes para eliminar a diferença em relação aos preços no exterior", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Em sentido oposto, os papéis mais negociados da Eletropaulo fecharam em alta de 4,45%, liderando os ganhos do Ibovespa, mesmo após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ter determinado que a empresa terá que restituir R$ 626 milhões a seus clientes.
A Aneel, no entanto, reconheceu parcialmente o pleito da Eletropaulo, que pede mudanças em itens do terceiro ciclo de revisão tarifária da empresa, o que significa uma elevação da base de remuneração líquida da distribuidora de energia de R$ 4,4 bilhões para R$ 4,67 bilhões.
Também no azul, as ações da CCR subiram 1,18%, após a companhia ter vencido o leilão do trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul, que foi realizado hoje na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. "Consideramos desafiador a obtenção das licenças ambientais com a celeridade que o projeto de execução exigirá, considerando que o trecho passará por reservas indígenas. (...) Entretanto, considerando o potencial de alavancagem do projeto, com 70% de dívida, com custo bruto ao redor de 7% ao ano, carência de 5 anos para pagamento do principal, o ativo poderá agregar valor a CCR marginalmente", diz Renato Hallgren, analista do BB Investimentos, em relatório.
EUA
No exterior, começou nesta terça nos EUA a última reunião do Fed em 2013. O encontro termina amanhã (18), quando a autoridade dirá se mantém inalterado ou começará a reduzir seu programa de estímulo à economia.
Desde 2009, o Fed recompra US$ 85 bilhões por mês para injetar recursos no mercado e estimular uma retomada da atividade econômica. Como parte desse dinheiro migra para outros mercados, como o Brasil, na forma de aplicações, um possível corte reduziria a entrada de recursos nesses países, prejudicando seu crescimento.
Indicadores positivos divulgados recentemente demonstraram uma melhora da economia dos EUA, o que reforça a chance de o Fed começar a reduzir seu programa ainda nesta semana, segundo analistas.Hoje, foi divulgado que os preços ao consumidor dos EUA ficaram inalterados em novembro, dentro do esperado.
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