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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) demonstrou fôlego para iniciar uma recuperação na semana passada. Mesmo tendo recuado 0,15% no pregão de sexta-feira, a bolsa terminou a semana com valorização acumulada de 2,96%, aos 55.850 pontos. Após essa movimentação, muitos investidores podem ter ficado tentados a retornar ao mercado acionário, na expectativa de que o pior momento já tenha passado. Porém, analistas advertem que é cedo para se empolgar e que o cenário turbulento vai seguir incomodando por algum tempo.

Apoiada nos bons retornos proporcionados por ações de maior peso, como as da Petrobras e as da Vale, a Bovespa registrou uma valorização na semana passada que um fundo de renda fixa levaria mais de dois meses para dar. Mas, como o cenário internacional ainda está conturbado, são elevados os riscos de oscilações bruscas no mercado acionário no médio prazo. "Podemos até ver dias melhores, mas ainda é cedo para pensarmos em inversão de tendência. As expectativas ainda são negativas e vão permanecer assim por algum tempo’’, afirma o consultor financeiro e professor da Universidade Federal do Paraná, Mauro Halfeld.

O mundo ainda convive com muitas incertezas econômicas: há a ameaça inflacionária, o risco de crescimento mundial fraco e as perdas registradas pelo setor bancário dos Estados Unidos e da Europa, que parecem não ter chegado ao fim. "A bolsa é boa para quem pensa no longo prazo. Para quem quer especular, ainda pode ser cedo, pois há espaço para quedas adicionais.’’

De qualquer forma, há quem defenda que muitas ações brasileiras estão baratas, devido às fortes quedas acumuladas desde maio. A Bovespa está com perdas de 6,15% no mês de agosto. Em 2008, a desvalorização acumulada é de 12,58%. Para André Mello, analista da corretora TOV, "houve desvalorização exagerada de papéis como os de Vale, Petrobras e de siderúrgicas’’. "Há boas oportunidades no mercado neste momento’’, diz.

A queda de ações da Vale no ano é bem superior à do Ibovespa – principal índice da bolsa, que reúne as 66 ações mais negociadas. No caso dos papéis PNA da mineradora, as perdas anuais estão em 24,28%; os papéis ON têm baixa de 26,16%. Os papéis da Petrobras também estão com quedas expressivas: no ano, o PN já recuou 19,65%, e o ON perdeu 17,45%.

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