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Investimento estrangeiro foi de R$ 20 bi em 2009

Bolsa de maior alta no mundo em 2009, a brasileira BM&F Bovespa fechou o ano passado contabilizando uma entrada recorde de R$ 20,45 bilhões em recursos estrangeiros de fundos de pensão e de hedge internacionais. Foi o maior saldo de capital externo na bolsa desde 1994, início dos registros. A entrada de recursos externos deve perdurar pelo menos no primeiro trimestre de 2010, apesar da forte recuperação no preço das ações brasileiras, segundo analistas.

Segundo a economista Vitoria Saddi, especialista em mercados internacionais do Insper, alguns dos principais investidores estrangeiros do planeta aumentaram recentemente sua exposição a papéis brasileiros e reduziram o porcentual de ativos de Rússia, Índia e outros países emergentes. "Mercado emergente hoje é igual a Brasil. Nada indica que isso vá mudar agora. A crise beneficiou o Brasil e mostrou que o país é melhor em termos financeiros do que os outros emergentes’’, disse.

Na avaliação de Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora, a entrada de recursos estrangeiros na bolsa brasileira só deve mudar quando EUA e Europa começarem a retirar os estímulos econômicos e voltarem a subir os juros, o que só deve ocorrer a partir do terceiro trimestre. Bandeira afirma que a temporada de resultados financeiros das empresas, que começam a ser divulgados no final do mês, deverá ser positiva e sustentará o otimismo por mais algum tempo nos mercados internacionais.

"A grande dúvida do ano é como e quando os governos e os bancos centrais vão agir na retirada dos estímulos. Tudo vai depender de como será essa sintonia fina. No primeiro trimestre, nada disso deve acontecer’’, disse Bandeira.

"Nós vamos passar o ano, a cada 45 dias, pensado se os juros nos EUA sobem ou não sobem. O problema é o timing do aumento nos juros. Continuo achando que é pouco provável uma alta em 2010. Eles não querem errar; se for para errar, é melhor errar para a inflação. E inflação não é ruim para a dívida deles. Depois corrigem’’, disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

Rendimento

No ano passado, o Ibovespa rendeu 145% para o investidor estrangeiro que traz dólares ao país. Além de embolsar os 82,7% da alta em reais, como ocorre para todos os brasileiros, o estrangeiro faturou mais 34% com a valorização do real.

Segundo a bolsa, o investidor estrangeiro esteve em 34,2% dos negócios realizados com ações em 2009 e comprou em média 65% das ações vendidas em ofertas públicas no mercado. No ano anterior, o estrangeiro respondia por 35,5% dos negócios e ficava em média com 70% das novas ações que entravam na Bolsa.

Folhapress

Os 70 mil pontos tão aguardados ao longo de todo o ano de 2009 esperaram o primeiro pregão de 2010 para chegar na Bovespa. O investidor começou o ano com apetite para as compras. O fato da Bovespa ter tido em 2009 o melhor desempenho desde 2003 não intimidou aqueles que acreditam que os ativos possam se valorizar ainda mais. O cenário externo também contribuiu, com dados animadores da China, Europa e EUA. Como citou um operador, o ambiente de ontem fortalece o cenário dos últimos meses: commodities em alta, dólar em queda, apetite ao risco.

O Ibovespa fechou o dia com alta de 2,12%, aos 70.045 pontos, maior pontuação desde 5 de junho de 2008. O índice oscilou entre a máxima de 70.080 pontos e a mínima de 68.587 pontos. A alta em um mês é de 3,61% e a de 12 meses chega a 74,05%. O giro foi de R$ 5,25 bilhões.

O que impulsionou os preços das commodities e as ações ligadas a elas foi, logo cedo, a divulgação do índice HSBC China de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês), indicador da atividade da produção industrial nacional daquele país, que subiu para 56,1 em dezembro, de 55,7 em novembro – o maior taxa desde abril de 2004.

O dado contribuiu para que as principais bolsas europeias também fechassem em forte alta no primeiro dia útil de 2010. Discursos de membros do Federal Reserve sugerindo que um aperto monetário nos EUA ainda não aparece no horizonte também fortaleceram os índices europeus.

No câmbio, a primeira sessão de 2010 foi marcada pela queda do dólar em meio à fraca liquidez. O fluxo cambial foi muito pequeno e os poucos negócios realizados – uma vez que muitos players seguiram ausentes – foram direcionados pela disposição dos investidores no mercado internacional em acumular novamente moedas de risco mais elevado em suas carteiras, depois de terem reduzido suas apostas contra o dólar no final do ano passado. No fechamento, o dólar à vista estava cotado a R$ 1,72 (-1,32%).

Focus

A alta da bolsa reflete o bom humor do mercado financeiro, que aumentou sua previsão de crescimento para 2010. Segundo a pesquisa semanal Focus, divulgada ontem, o mercado acredita que a economia vai crescer 5,2% no ano. A última previsão era de 5,08%.

Ranking

Num ranking de rentabilidade que reúne dez índices de bolsas da América Latina e dos EUA o índice Ibovespa ficou na sexta colocação. Segundo a consultoria Eco­nomatica, a rentabilidade acumulada da bolsa brasileira foi de 301,1% nos últimos dez anos. Apesar do bom desempenho, o índice ganha apenas da bolsa chilenas e dos índices americanos – mais atingidos pela crise.

A melhor rentabilidade da década foi a do índice IGBC, da Colômbia: no período, o indicador acumulou rentabilidade de 927,9%, seguida pela Venezuela, com 916,5%.

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