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Câmbio

Dólar acumula queda de 4,14%

O mercado de câmbio teve um dia de "trégua" na onda de nervosismo com a economia global. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano, em linha ou até melhor do que muitos economistas esperavam, ajudou a melhorar o humor, numa sessão carregada de indicadores econômicos importantes. Profissionais de mercado lembraram ainda a tradicional disputa entre agentes financeiros no mercado futuro, que afeta a formação dos preços da moeda americana. No último dia útil do mês, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,807, em queda de 1,31%, nas últimas operações. Trata-se da menor cotação desde o fechamento de 21 de janeiro. No mês, a taxa de câmbio desvalorizou-se 4,14%.

Ontem, os preços da moeda americana oscilaram entre a cotação máxima de R$ 1,825 e a mínima R$ 1,800. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,910, em um declínio de 2,05%.

Folhapress

A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,68% em fevereiro e voltou a liderar o ranking mensal das aplicações financeiras, apesar da instabilidade nos mercados. O investimento em ações foi o único no país a superar a inflação no período.

A inflação pelo IGP-M, único índice de preços já fechado em fevereiro, foi de 1,18% – maior variação desde julho de 2008. O índice tem 60% de seu peso nos preços ao produtor, que sente primeiro a pressão por reajustes de insumos e materiais.

Nenhuma outra aplicação deve superar a variação do IPCA, que mede os preços pagos pelo consumidor. A previsão do mercado é que o índice suba 0,78% em fevereiro.

O IPCA, que baliza a meta de inflação de 4,5% do BC, deve superar os fundos DI e os de renda fixa, que terão rendimento médio bruto estimado de 0,62% e de 0,75%.

"O investidor está em uma situação muito difícil. Nenhuma aplicação protegeu contra a inflação em fevereiro; só a bolsa, mas não é todo mundo que tem estômago para risco. A bolsa superou, mas ficou na linha d'água, tanto poderia ter subido quanto caído. Continuo achando muito arriscado investir na bolsa neste momento. A inflação é uma realidade, e isso só aumenta a pressão para o Banco Central elevar os juros", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos.

Mais uma vez, a poupança encerrou o mês com retorno líquido de 0,5%, fato que só deve mudar quando o BC voltar a subir os juros, o que deve ocorrer entre março e abril, segundo analistas. Os CDBs tiveram um rendimento de 0,59% no mês.

Após subir 8,15% em janeiro, o dólar comercial caiu 4,14% em fevereiro em relação ao real. A situação do euro, que está no centro da crise da dívida na Europa, é ainda pior: teve queda de 5,24% ante o real, segundo o BC. O ouro recuou 1,2%.

Para março, os analistas preveem mais instabilidade nos mercados, com o humor do investidor flutuando segundo a leitura de indicadores sobre o endividamento público na Europa e sobre a recuperação da atividade econômica nos EUA e na China. "Vamos continuar vivendo uma gangorra, dependendo dos indicadores'', disse Newton Rosa, economista da Sul América Investimentos.Para Osmar Camilo, analista da corretora Socopa, a bolsa brasileira só deve avançar mais com a entrada de recursos dos investidores estrangeiros, movimento que ocorre quando diminui a aversão ao risco nos mercados. "A gente teve um mês bastante tumultuado e os problemas não foram resolvidos. Mas saiu a indicação de que a União Europeia não vai deixar as economias mais fracas afundarem. A Bolsa resistiu bem a isso, mas a gente só vai ter um rali quando os estrangeiros voltarem", disse.

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