Em que pese os ganhos em Wall Street, os mercados de ações da Ásia foram novamente influenciados por fatores locais nesta quinta-feira. A da Coréia do Sul acabou impulsionada pelo corte na taxa de juros local. Já a expectativa de redução dos juros dos Estados Unidos alimentou a Bolsa de Hong Kong. Na China, os mercados reagiram mal à ausência de fatos novos para impulsionar a economia.
Os ganhos nas ações do setor imobiliário, com as esperanças de um corte na taxa de juros dos EUA na próxima semana, ajudaram a Bolsa de Hong Kong a apresentar ligeira alta. Com bom volume de negociações, o índice Hang Seng ganhou 36,16 pontos, ou 0,23%, e terminou aos 15.613,90 pontos. Entre as imobiliárias, Sino Land saltou 7% e Henderson Land faturou 6,6%. Já os papéis das companhias aéreas China Southern Airlines (+43%) e China Eastern Airlines (+41%) dispararam, após as empresas anunciarem planos de angariar fundos com a venda de ações para suas controladoras. A fabricante chinesa de computadores Lenovo caiu 0,5%, após ganhar 27% no pregão anterior com a notícia de que pode fazer uma oferta de compra pela fabricante de hardware e software brasileira Positivo Informática. A Lenovo confirmou hoje que está em discussões preliminares com terceiras partes sobre possíveis oportunidades de investimentos e aquisições. Mas informou que não houve nenhum acordo sobre possíveis compras.
O desapontamento com a ausência de novas medidas de estímulo econômico por parte de Pequim, após o término da Conferência Econômica Central, e um índice de preços ao consumidor de novembro abaixo das expectativas (alta de 2,4% ante estimativas de 3%) levaram as Bolsas da China a fechar em queda. Com moderado volume de negociações, o índice Xangai Composto baixou 2,3% e encerrou aos 2.031,68 pontos. Já o Shenzhen Composto perdeu 2,5% e terminou aos 608,80 pontos. Os papéis das empresas do setor financeiro caíram, após as fortes altas do dia anterior Shanghai Pudong Development Bank perdeu 3,7%, depois de disparar 9,1% na véspera. Haitong Securities deslizou 4,6%, após faturar 3% ontem. Já as aéreas China Southern Airlines e China Eastern Airlines dispararam 9,9% cada uma.
As expectativas do mercado com uma iminente desvalorização do yuan evaporaram após as lideranças econômicas do governo enfatizarem a necessidade de um câmbio "basicamente estável". Por causa disso, a moeda chinesa apresentou alta em relação ao dólar, realinhada com a taxa de paridade central dólar-yuan. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,8513 yuans, de 6,8633 yuans do fechamento de quarta-feira.
A Bolsa de Taipé, em Taiwan, fechou em ligeira baixa. Os ganhos em Wall Street foram ofuscados pela realização de lucros, após três pregões consecutivos de alta. Os investidores, contudo, estão de olho na decisão do Banco Central local, que pode reduzir a taxa de juros ainda hoje. O índice Taiwan Weighted caiu 0,1% e terminou aos 4.655,57 pontos. As empresas do setor tecnológico continuaram em elevação. AU Optronics faturou 3,8%. ProMOS Technologies disparou 6,8%.
Na Coréia do Sul, o corte maior do que o esperado na taxa básica de juros do país puxou os ganhos da Bolsa de Seul, mas as preocupações com a rápida deterioração da economia, tanto no front local como no global, acabaram limitando os ganhos. O índice Kospi ampliou os ganhos pelo quinto dia seguido, fechando com alta de 0,7%, aos 1.154,43 pontos. O Banco da Coréia (banco central sul-coreano) realizou seu maior corte na taxa básica de juros, que caiu para a mínima recorde de 3% após uma redução de 100 pontos-base. As ações da maioria das empresas financeiras e de construção superaram o desempenho do mercado ante a expectativa de que o relaxamento da política monetária possa ajudar os bancos e, conseqüentemente, o setor corporativo. Entre as ações financeiras, KB Financial Group avançou 3,4% e Samsung Securities ganhou 3,6%. Entre as construtoras, GS Engineering & Construction saltou 6%. Na direção oposta ficaram algumas das grandes empresas exportadoras, como Hynix Semiconductor (-11,7%), Hyundai Motor (-1,6%) e Kia Motors (-1,6%).
Em Sydney, na Austrália, a bolsa sofreu queda generalizada em meio à espera por novas emissões. O índice S&P/ASX 200 baixou 1,2% e fechou aos 3.598,0 pontos. O banco Westpac concluiu na terça-feira uma colocação de 2,5 bilhões de dólares australianos e o Commonwealth Bank anunciou ontem uma emissão de 750 milhões de dólares australianos, enquanto o Bluescope completou uma emissão de 300 milhões de dólares australianos. As ações do Bluescope caíram 26%. No setor de matérias-primas, os investidores trocaram as ações da BHP Billiton (- 0,5%) pelas da Rio Tinto, que dispararam 7% depois que a mineradora anunciou planos para redução do endividamento.
Nas Filipinas, a realização de lucros com as principais blue chips, como PLDT e Globe Telecom, pressionou o índice PSE da Bolsa de Manila para uma queda de 0,3%, fechando aos 1.933,12 pontos. As ações da PLDT perderam 4,6% e as da Globe, 1,2%.
A Bolsa de Cingapura teve baixa, uma vez que os investidores permanecem cautelosos sobre o pacote de resgate da indústria automotiva americana será aprovado. O índice Straits Times caiu 1,5% e fechou aos 1.794,16 pontos.
O mercado indonésio teve ligeira alta devido aos ganhos em ações ligadas a commodities em meio ao aumento dos preços do petróleo, mas realizações de lucros em papéis de telecomunicações puxaram o índice para baixo. O índice composto da Bolsa de Jacarta subiu 0,1% e fechou aos 1.316,69 pontos.
Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc subiu 0,2% e fechou aos 424,61 pontos, com compras estimuladas pela melhoria das tensões políticas.
O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, subiu 0,7% e fechou aos 860,68 pontos com compras de ofertas e aquisições para melhoria de portfólio. Bancos lideraram os ganhos.
