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Gregos voltaram a protestar ontem e queimaram boletos de um novo imposto em Atenas | Louisa Gouliamaki/AFP
Gregos voltaram a protestar ontem e queimaram boletos de um novo imposto em Atenas| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

Bancos alemães não aceitam ampliar ajuda

Frankfurt - Os bancos da Alemanha se opõem a arcar com uma parcela maior no segundo pacote de ajuda para a Grécia, disse o chefe da federação de bancos alemães, Andreas Schmitz, em entrevista que teve trechos divulgados ontem. "Eu não entendo tal debate neste mo­­mento de crise", disse Schmitz ao tabloide alemão Bild, que adiantou trechos de uma entrevista que será publicada hoje.

O segundo pacote de ajuda para a Grécia, fechado por líderes europeus em uma reunião em 21 de julho, envolve a redução no valor da dívida grega mantida por credores privados. No entanto, os prolongados temores em relação ao quadro do país levaram à especulação de que a parcela imposta ao setor privado pode ser elevada. "A crise pode apenas ser superada se conseguirmos restaurar a confiança nos políticos", disse Schmitz ao jornal. "Se os governos agora desdobram a participação já acordada dos credores do setor privado, eles farão exatamente o contrário", argumentou.

Os principais índices do mercado de ações da Europa e Estados Unidos fecharam em baixa, pressionados por declarações contraditórias das autoridades da região a respeito de uma potencial expansão na capacidade da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês). "Simplesmente não sabemos em quem acreditar", disse Joshua Raymond, estrategista de mercado do City Index.

"Quando o mercado de ações é conduzido mais por emoções que por fundamentos, o sentimento em geral muda muito rapidamente", disse Kate Warne, estrategista de investimentos da corretora Edward Jones. Ela acrescentou que os investidores ainda estão preocupados com a falta de uma solução na Europa para lidar com a crise das dívidas da região. "O que vimos no último ano e meio foi o atraso das autoridades em relação às preocupações do mercado e isso deve continuar", avaliou.

Ontem, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, defendeu a expansão da capacidade da EFSF e disse acreditar que o Banco Central Europeu fará o que for necessário para garantir a estabilidade da zona do euro. Na terça-feira, no entanto, o ministro de Finanças da Ale­manha, Wolfgang Schäuble, havia dito durante um discurso em Berlim que as propostas apresentadas por autoridades europeias em Washington – entre elas a de aumentar o poder de fogo da EFSF – "não fazem sentido".

Além disso, também na terça, o jornal Financial Times afirmou em reportagem que pelo menos sete dos 17 países da zona do euro defendem que os credores privados da Grécia sofram perdas maiores que as previstas no plano do segundo pacote de resgate ao país. A Comissão Europeia, no entanto, divulgou que os representantes dos credores internacionais gregos vão voltar hoje a Atenas para continuar as negociações com o governo sobre a liberação da próxima parcela do auxílio financeiro.

Apesar das discordâncias entre as autoridades, ontem o parlamento da Finlândia aprovou uma série de mudanças na EFSF relacionadas a um acordo fechado em julho pelos países europeus e que precisam ser sancionadas por todos os 17 países da zona do euro para passarem a vigorar. As alterações já foram aprovadas por Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo e Eslovênia, além da Finlândia. Hoje o assunto será colocado em votação no parlamento da Alemanha.

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