O dólar reduziu a alta frente ao real perto do fechamento desta segunda-feira, reagindo à fraqueza da moeda no exterior, em meio a algum alívio nos mercados internacionais após o susto com o corte do rating soberano grego pela Standard and Poor's.
A divisa norte-americana fechou a 1,620 real para venda, variação positiva de 0,19 por cento. Na máxima da sessão, a taxa de câmbio alcançou 1,628 real para venda, maior patamar intradia em pouco mais de cinco semanas.
Enquanto o mercado de câmbio doméstico fechava, o volume de negócios na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa era pouco superior a 1,2 bilhão de dólares, bem menos que a média diária das últimas semanas, perto de 2 bilhões de dólares.
"Deu uma parada na alta depois que as bolsas nos Estados Unidos melhoraram", disse Ovídio Soares, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
O melhor humor dos agentes tinha suporte na recuperação das commodities, principalmente do petróleo, após o tombo nas últimas sessões. O barril do óleo negociado em Nova York disparou mais de 5 por cento, dando fôlego às bolsas de valores em Wall Street. Tal contexto favorecia a queda superior a 6 por cento do índice de volatilidade da CBOE, termômetro da apreensão do mercado.
O maior apetite por risco colocava o dólar em território negativo frente a uma cesta de divisas. Antes, contudo, a moeda chegou a cravar firme alta, reflexo da queda do euro após a agência de classificação de risco S&P cortar a nota de crédito soberano de longo prazo da Grécia.
Para Marcos Trabbold, operador de câmbio da B&T Corretora, a perda de vigor do dólar também pode ser atribuída a ingressos por parte de exportadores, que aproveitaram a alta da moeda para internalizar recursos.
"Acho ainda que o BC (Banco Central) pode ter comprado pouco ou quase nada, frustrando alguns players, que daí 'desovaram' os dólares no mercado", acrescentou.
Por mais uma sessão, a autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista, definindo como corte as taxas de 1,6242 real e 1,6188 real.
Após a redução do volume de entradas de moeda no país a partir de abril, a equipe de analistas de câmbio do banco francês BNP Paribas acredita que a taxa de câmbio deva se estabilizar em torno dos atuais níveis.
"Acreditamos que, com base no recente movimento das commodities e a redução do 'carry (trade)' devido ao aumento do cupom cambial, o dólar deve se estabilizar em torno de 1,620 real. Portanto, agora estamos neutros e compraríamos dólares na queda, eventualmente perto de 1,57 real, 1,58 real", escreveram em relatório.
-
Governo deve ampliar interferência política na Petrobras; o que esperar do futuro da empresa
-
Lula politiza o drama gaúcho e escala Paulo Pimenta para incomodar Eduardo Leite; acompanhe o Sem Rodeios
-
Lula anuncia voucher de R$ 5,1 mil para famílias desabrigas do RS e oficializa ministério da reconstrução
-
Lewandoswki quer União no controle da Segurança Pública; modelo é adotado em Cuba e na Venezuela
Paulo Guedes: “Nós faríamos tudo de novo e com mais intensidade”
Governo deve ampliar interferência política na Petrobras; o que esperar do futuro da empresa
Não vai faltar arroz no Brasil, apesar do governo Lula criar alarme no mercado
Tributaristas defendem que governo permita doação de Imposto de Renda para socorrer o RS
Deixe sua opinião