
O ano de 2010 superou as expectativas da fabricante de perfumes O Boticário, que prevê encerrar a temporada com o maior crescimento dos últimos cinco anos. O faturamento deve fechar 2010 com aumento de 25%, somando R$ 1,5 bilhão, contra uma projeção inicial de 20%. A empresa também abriu mais pontos de venda do que o previsto, o que a fez romper a barreira das 3 mil lojas na semana passada, quando abriu uma nova unidade em Belo Horizonte ao todo, essas franquias devem alcançar receita de R$ 4,5 bilhões em 2010.
"Nunca antes na história desse país uma rede de franquias abriu tantas lojas como a nossa", brincou Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário, parafraseando o presidente Lula. "Nossa projeção era abrir 100 lojas e abrimos 160. Hoje provavelmente já estamos entre as três maiores redes de franquias do mundo, contabilizando diversos setores."
Em 2010, a empresa também foi agressiva nos lançamentos foram 402 produtos, contra 362 no ano passado. Os investimentos em marketing somaram R$ 173 milhões, valor que deve ser repetido no próximo ano.
Projeções
Para fazer frente à demanda, a empresa vai investir R$ 51 milhões em 2011 para ampliar mais uma vez a capacidade de produção. Está em curso, até 2012, um outro aporte, no valor de R$ 170 milhões, dos quais R$ 85 milhões já aplicados em um centro de distribuição aberto em Registro (SP); o restante será destinado também para a aumentar a produção. "Juntos, esses investimentos vão ampliar em até 40% nossa capacidade", afirma Grynbaum. Para o próximo ano, a empresa espera um crescimento de 20% e a abertura de 110 a 120 novas lojas no país.
Segundo o executivo, as medidas recentes do governo para restringir o crédito e esfriar o consumo não devem ter efeito significativo sobre as vendas da marca, que não dependem de crédito de longo prazo e têm ticket relativamente pequeno. "Mas há uma tendência de que menos dinheiro circule na economia."
Apesar da retomada das ofertas de ações no mercado, O Boticário dispensa esse tipo de alternativa para alavancar recursos, segundo Grynbaum. Ele também diz não ver tendência de consolidação no setor e descarta operações como uma possível aquisição da Jequiti Cosméticos, de Silvio Santos. O Boticário também pretende reforçar a atuação no exterior: após reduzir sua presença internacional de 20 para 10 países nos últimos dois anos, a empresa abriu duas lojas na Venezuela e lá quer abrir outras 30 em quatro anos.



