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Nova fábrica terá capacidade de operação para 12 linhas de perfumes e nove de cremes, além de loções e shampoos | Divulgação
Nova fábrica terá capacidade de operação para 12 linhas de perfumes e nove de cremes, além de loções e shampoos| Foto: Divulgação

Alheio à crise, grupo espera crescer 16%

Mesmo com a crise industrial instalada no país e os primeiros números negativos do comércio, o Grupo Boticário espera um forte crescimento para o ano, na casa dos 16% em relação aos resultados de 2013. Por causa da conjuntura econômica, a expectativa foi revisada para baixo – no início do ano, a previsão era de 18% de crescimento em 2014.

O otimismo se dá pela resistência do segmento frente aos maus resultados da economia como um todo. Nos dados mais recentes da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE, entre julho de 2013 e o mesmo mês deste ano, a atividade comercial no pais cresceu 4,3%, enquanto a venda de artigos de uso pessoal aumentou 5,7%. "Os cosméticos e produtos de beleza são mais resilientes à crise que a indústria de eletrodomésticos ou automotiva, por exemplo, que são muito impactadas pelo pessimismo futuro. A nossa indústria é de baixo custo para o consumidor e não é tão afetada", explica o presidente do grupo, Artur Grynbaum.

Segundo o executivo, 2015 tende a ser complicado. "Ainda não sabemos o que será da economia no ano que vem. É preciso aguardar", completa. Por enquanto, o planejamento prevê uma desaceleração planejada na expansão de franquias. Nos últimos anos, o grupo inaugurava 250 lojas por ano. Para os próximos, a meta é abrir cerca de 100 novas lojas e franquias anualmente.

O Grupo Boticário inaugurou ontem sua primeira fábrica fora do Paraná. A unidade, instalada em Camaçari, a 40 quilômetros de Salvador, na Bahia, vai aumentar em 50% a capacidade de produção das empresas do grupo, saltando de 315 milhões para 465 milhões de itens fabricados por ano.

A unidade é fruto de um investimento de R$ 380 milhões e vai abastecer as regiões Norte e Nordeste, além de alguns estados do Centro-Oeste. "Com esta segunda fábrica, aumentamos muito a nossa capacidade de produção e melhoramos a nossa distribuição pelo país", explica o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum. O tempo de distribuição de um produto para algum estado do Nordeste do país costumava demorar seis dias, por exemplo, e agora o franqueado recebe o item em dois dias.

A nova indústria vai ter capacidade de operação para 12 linhas de perfumes e nove de cremes, loções e shampoos. Por enquanto, a unidade vai trabalhar com praticamente um terço da sua capacidade instalada. "A produção vai aumentando com o tempo, assim como os estados abastecidos pela fábrica", explica o diretor executivo de operações do grupo, Giuseppe Musella.

Pelo menos até 2016, somente produtos da marca Boticário serão fabricados na unidade baiana – itens das demais empresas do grupo, como quem disse, berenice?, continuam sendo produzidos exclusivamente em São José dos Pinhais. "Vamos trazer para cá [Camaçari] somente produtos de alto volume. Depois deste período, a tendência é produzir alguns itens da Eudora na nova unidade também. A vantagem desta fábrica é que podemos expandir a produção sem ter que realizar grandes obras", afirma Musella. A planta é planejada para poder dobrar a capacidade de produção ao longo dos próximos anos.

Terceirização

A inauguração é a última etapa de um processo de expansão do Grupo Boticário, com investimentos na casa dos R$ 650 milhões, que deram origem a um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em São José dos Pinhais e a um segundo Centro de Distribuição do grupo, inaugurado em abril, também na Bahia, em São Gonçalo dos Campos.

Com a inauguração da nova fábrica e o deslocamento de parte do volume de produção, a ideia do grupo é diminuir a participação da fabricação terceirizada. "Não vamos diminuir a produção em São José dos Pinhais. Vamos voltar a nossa ideia original de ter uma grande proporção de produção própria nos nossos itens. Para suprir a demanda, estávamos recorrendo a um grande volume de produção terceirizada, especialmente de cosméticos e maquiagens", explica Grynbaum.

* O repórter viajou a convite do Boticário.

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