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Fábrica do Boticário em São José dos Pinhais também pode receber recursos para ampliação | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Fábrica do Boticário em São José dos Pinhais também pode receber recursos para ampliação| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

O grupo Boticário vai construir uma nova fábrica e um novo centro de distribuição no Nordeste, com investimentos, segundo informações de mercado, que podem chegar a R$ 350 milhões. Ontem, representantes da empresa estiveram reunidos com o governador da Bahia, Jaques Wagner, para apresentar o projeto de expansão. A intenção é erguer o complexo industrial e de logística em Camaçari, na região de Salvador, onde já estão empresas como Ford, Continental Pneus e a rival Avon, que tem um centro de distribuição no município.

O Boticário não concedeu entrevista. A assessoria de imprensa do grupo enviou comunicado em que a companhia afirma que o grupo está em fase de definição do local para os dois empreendimentos. Segundo a nota, foram iniciadas negociações com o governo da Bahia. "Estamos avaliando todas as possibilidades para mais um importante passo de consolidação do grupo como uma das principais organizações do segmento de beleza no mundo. Vale ressaltar que o Brasil está prestes a ocupar o segundo lugar no ranking mundial do setor e estamos preparados para acompanhar essa evolução", afirmou na nota o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum.

Consumo

O projeto, segundo fontes de mercado, deve contemplar cerca de R$ 250 milhões de investimento na fábrica e R$ 100 milhões no centro de distribuição, e deve gerar 700 empregos diretos. Os estados de Per­nambuco e Ceará também estariam na disputa para receber o investimento, mas pesou a favor da Bahia o fato de o estado deter praticamente 40% do consumo da região. De acordo com um estudo da consultoria Target, o Nordeste deve representar 17,7% do potencial de consumo brasileiro de 2011, de R$ 2,5 trilhões, contra 16,6% do Sul.

Por trás da investida do grupo no Nordeste está a estratégia de aproveitar o consumo da região, que cresce embalado principalmente pela chamada "nova classe C". A ideia seria estar mais próximo desse público, com redução de custos de distribuição e tempo de deslocamento para abastecer o mercado. O grupo também estaria interessado no fornecimento de insumos petroquímicos do polo de Camaçari para a linha de produção de perfumes e cosméticos.

Ao investir na Bahia, o grupo se beneficiará do regime de incentivos da Sudene, como a redução de até 25% no valor pago no Imposto de Renda. A companhia também teria solicitado ao governo baiano um regime de isonomia tributária em relação ao que é concedido para as outras empresas de perfumaria e cosméticos que têm unidades na Bahia – além da Avon, a Natura tem um centro de logística em Simões Filho, também na região de Salvador. Essas empresas estão liberadas, por exemplo, da substituição tributária, que exige o pagamento antecipado do imposto. "Não resta dúvida de que esses incentivos são um diferencial importante na escolha da empresa pela Bahia, mais até do que o potencial de consumo da região", acredita Christian Majczak, analista da consultoria GO4!, de Curitiba.

Na fábrica nordestina devem ser produzidas as duas marcas do grupo – Boticário e Eudora, lançada neste ano, com foco principalmente na venda direta. Para a empresa, é essencial estar no Nordeste, onde a venda porta a porta é muito forte, para avançar nesse mercado diante de Avon e Natura. Especula-se que O Boticário teria ambição de conquistar até 40% do mercado de venda direta no país.

Paraná e São Paulo

Em nota, o grupo informou que analisa ainda a ampliação da fábrica de São José dos Pinhais e do centro de logística de Registro (SP). No fim do ano passado, o Boticário anunciou um aporte de R$ 51 milhões para ampliar mais uma vez a capacidade de produção em São José dos Pinhais. Também está em curso, até 2012, um outro investimento, no valor de R$ 170 milhões, dos quais R$ 85 milhões já aplicados em Registro. Na ocasião, o Boticário previa encerrar 2010 com receita de R$ 1,5 bilhão, alta de 25% sobre o ano anterior. A rede de franquias da marca, que conta com cerca de 3,2 mil lojas, registrou receita de R$ 4,5 bilhões no ano passado.

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