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O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta nesta sexta-feira, sustentando-se acima de 70 mil pontos antes de um mês decisivo para uma tendência positiva mais duradoura.

O Ibovespa avançou 0,5 por cento, para 70.673 pontos. O giro do pregão foi de 7,4 bilhões de reais.

No mês, o índice teve valorização de 1,79 por cento, com o maior volume diário médio desde a criação da bolsa, segundo a consultoria Economática. No ano, a alta é de 3,04 por cento.

A subida das ações brasileiras no último mês esteve diretamente relacionada à expectativa global por medidas do Federal Reserve para estimular a economia norte-americana.

Para saber se a tendência vai continuar firme e levar o Ibovespa além do recorde de 73.920 pontos --registrado em 2008--, é preciso aguardar a reunião do Federal Reserve, na terça e na quarta-feira da semana que vem.

"Os mercados já têm procurado se antecipar, e isso tem dado um gás nos preços dos ativos de modo geral. Uma frustração teria um impacto muito negativo", disse Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

Pesquisa da Reuters com dealers primários mostrou que a expectativa é de que o Fed anuncie a compra de 80 a 100 bilhões de dólares em ativos por mês.

"Com o mercado concentrando de forma aparentemente exagerada as apostas na direção de uma ação extremamente agressiva por parte do Fed, o potencial de frustração é grande", afirmou Mauricio Molan, economista do Santander.

Além do Fed, o mercado deve continuar atento à agenda de indicadores nos Estados Unidos, com destaque para os dados do mercado de trabalho norte-americano, na próxima sexta-feira.

ATENÇÃO A COMMODITIES

Mas, mesmo que o banco central norte-americano decepcione o mercado, a eventual ajuda deve favorecer ações ligadas a commodities, que tendem a se valorizar nesse ambiente de liquidez abundante e queda global do dólar, segundo Rosa, da SulAmérica. Dois exemplos são a mineradora Vale e a estatal Petrobras, as principais da bolsa paulista.

A ação preferencial da Vale caiu 0,31 por cento nesta sessão, para 47,75 reais. O papel acumulou alta de 4,3 por cento neste mês, após distribuir dividendos e anunciar lucro trimestral recorde.

"Reiteramos VALE5 como nossa 'top pick' para o segmento de commodities metálicas", escreveu Luciana Leocadio, da corretora Ativa. "Esperamos que o cenário favorável para o preço de minério nos próximos 3 anos, sustentado pelo desequilíbrio entre a demanda crescente e a oferta limitada desta commodity, resulte em robustos resultados", completou.

Já a preferencial da Petrobras caiu 1,56 por cento nesta sessão, para 25,85 reais, e teve baixa de 5,3 por cento em outubro. A ação foi pressionada por relatórios pessimistas após a conclusão da oferta de ações, e sofreu intensa volatilidade nos últimos dias em meio a boatos, desmentidos pela empresa e pelo governo, sobre a descoberta de um gigantesco campo de petróleo.

Álvaro Bandeira, economista-chefe Ágora Corretora, avalia que o mercado deve manter a tendência de alta, "mas com volatilidade". Além das ações de mineração, ele destacou os papéis de construção e de bancos, ligados à dinâmica interna.

Entre as empresas que ainda divulgam balanços corporativos do terceiro trimestre em novembro estão Petrobras (dia 12), BM&FBovespa (dia 9), OGX Petróleo e Gás (dia 10), e Banco do Brasil (dia 16).

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