São Paulo O discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, BC dos Estados Unidos), Ben Bernanke, injetou otimismo no mercado financeiro ontem. No Brasil, os resultados foram novos recordes no Ibovespa (principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo) e a queda do dólar abaixo dos R$ 2,10. Bernanke disse ao Comitê Bancário do Senado que a economia americana deve apresentar um ritmo moderado de crescimento neste ano e no próximo e que as pressões inflacionárias devem diminuir. As afirmações do presidente do Fed elevaram as apostas de corte no juro básico dos EUA no final deste ano.
O índice da Bolsa paulista intensificou o movimento positivo e terminou o pregão em alta de 1,77%, com a maior pontuação da história: 45.995 pontos. O número de negócios no dia também foi recorde (196.279) e o volume financeiro atingiu inéditos R$ 14,3 bilhões. Os vencimentos de índice futuro e de opções sobre o Ibovespa contribuíram com o forte movimento no mercado acionário.
Luiz Kleber Hollinger, da Americainvest, avalia ainda que a perspectiva de "pouso suave" da economia americana e a demonstração do governo federal brasileiro de que a política econômica continuará firme, sem alterações nas metas de inflação, trouxe de volta os estrangeiros para o mercado de ações brasileiro. "O estrangeiro entrou forte hoje [ontem] com certeza", afirmou.
O balanço de investimentos externos na Bolsa mostra que os estrangeiros colocaram R$ 210,9 milhões no mercado acionário paulista em fevereiro, até o dia 9. No acumulado do ano, entretanto, o saldo de estrangeiros na Bovespa ainda está negativo em R$ 1,053 bilhão.
Em janeiro, os estrangeiros tiraram R$ 1,261 bilhão da Bovespa, após quatro meses seguidos com as compras de investidores externos superando as vendas de ações.
Boa parcela da saída registrada no mês passado se deveu ao movimento de realização de lucros, com os estrangeiros embolsando parte dos lucros acumulados em 2006.
No ano passado, o Ibovespa principal índice da Bolsa paulista acumulou ganhos de 32,93%, bem acima dos retornos dados por outras formas de aplicação. Foi o melhor ano para a Bolsa desde 2003, quando subiu 97,3%.
Câmbio
O dólar fechou em queda de 0,75%, valendo R$ 2,092 na venda. Na máxima do dia, na abertura dos negócios, a divisa chegou a R$ 2,11. A queda é empurrada pela possibilidade de o Fed cortar o juro nos EUA no longo prazo ou de pelo menos não mexer na taxa no curto prazo, o que atrai divisas estrangeiras para países emergentes como o Brasil, onde os juros são mais altos.
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