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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte alta, atingindo novo recorde, em um dia de grande volatilidade em que chegou a cair 2% logo nos primeiros 15 minutos da sessão. O motivo das perdas pela manhã foi o anúncio da China de aumentar a taxação sobre movimentações com ações naquele país de 0,1% para 0,3%, com o objetivo de resfriar um aquecido mercado acionário. A notícia derrubou todas as bolsas asiáticas, influenciando os mercados ocidentais.

O dólar acompanhou a oscilação dos mercados externos e fechou em baixa de 0,41%, a R$ 1,942, após o Banco Central realizar leilão de compra a R$ 1,944. Durante o dia, a moeda chegou a ter alta 0,62%, a R$ 1,962. O Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, fechou em alta 1,57%, aos 52.528 pontos, marcando um novo recorde da Bovespa. O volume financeiro foi de R$ 4,169 bilhões. O risco-país fechou em alta de dois pontos, aos 144.

O anúncio do governo chinês, no fim da tarde de terça-feira, fez a bolsa de Xangai cair 6,5% nesta quarta-feira. A queda foi o gatilho que os investidores procuravam para realizar lucros no mercado acionário mundo afora, vendenddo suas ações.

De acordo com o economista da Modal Asset, Ivo Chermont de Vasconcellos, o mercado de ações da China vem ganhando cada vez mais atenção dos investidores, e movimentos negativos naquele país acabam gerando um efeito psicológico entre os investidores, respingando no ambiente financeiro como um todo.

- Mas, por ora, esse impacto não tem sido duradouro - ressaltou o economista.

- Em um primeiro momento, os investidores analisam o efeito que um movimento naquele mercado pode ter sobre a atividade econômica da China e, quando percebem que o segmento acionário chinês não tem tanta relação com o lado real da economia, devolvem as perdas - explicou Vasconcellos.

Na visão do especialista, a China vem aparecendo como uma "excelente justificativa" para os agentes realizarem lucros, para deixar o mercado mais "leve" e depois voltar às compras.

O impacto da realização de lucros, no entanto, foi sendo reduzido ao longo do dia e os mercados se recuperaram após a divulgação da ata do Banco Central americano (Fed, na sigla em inglês), na tarde desta quarta-feira (horário de Brasilia).

- O dólar, basicamente, acompanhou o movimento da bolsa (de São Paulo), que pela manhã chegou a romper 2% de queda. Mas o reflexo que teve a bolsa chinesa acabou não sendo tão grande e houve essa reversão -afirmou Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action.

Na avaliação do economista Álvaro Bandeira, da Ágora Corretora, a preocupação do governo chinês em controlar o crescimento do mercado de ações é que deixou os investidores em alerta. Segundo ele, com a notícia, foi gerada uma volatilidade que abriu espaço para a realização de lucros na manhã desta quarta-feira na Bovespa.

A medida do governo chinês é uma tentativa do governo de evitar uma bolha especulativa. No início de março, um forte movimento de baixa nas bolsas chinesas levou observadores a alertar para o perigo da valorização rápida das ações.

Já a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, divulgada nesta tarde, relativa ao encontro do dia 9 de maio, quando o juro básico americano foi mantido em 5,25% ao ano, diz que o desaquecimento do setor imobiliário nos Estados Unidos irá durar mais do que o previsto. Entretanto, o documento avalia que a economia deve recuperar-se nos próximos trimestres, após o baixo crescimento do PIB nos primeiros três meses de 2007.

A ata seguiu mencionando a inflação como principal risco àquela economia mas o mercado recebeu bem o documento e a Bolsa de Nova York passou a subir com a divulgação dos dados e fechou em alta de 0,83%, aos 13.633 pontos.

As Bolsas Européias não tiveram tempo de reverter a queda causada pelos mercados asiáticos e fecharam em queda. Londres fechou em baixa de 0,07%, Frankfurt, de 0,21%, e Paris, de 0,24%.

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