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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta quarta-feira, um dia depois de bater seu 23º recorde do ano e superar pela primeira vez os 42 mil pontos. O Ibovespa terminou com baixa de 0,54%, a 41.752 pontos. O dólar comercial fechou praticamente estável, com alta de 0,05%, a R$ 2,059 na compra e R$ 2,061 na venda.

Com a valorização dos últimos dias, investidores aproveitaram para vender ações e embolsar lucros. Depois de muita expectativa, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros dos Estados Unidos, para 5% ao ano, mas não foi muito preciso ao sinalizar as perspectivas para a política monetária do país. No comunicado divulgado logo após o encontro, o Fed afirmou que novos aumentos dos juros "ainda podem ser necessários". Mais ou menos o mesmo tom que vinha usando nos pronunciamentos anteriores.

- É uma frase difícil de interpretar. Esperava-se uma sinalização mais clara - comentou o diretor da Modal Asset Management, Alexandre Póvoa.

Após a divulgação do comunicado, dólar e Bolsa tiveram uma reação adversa: a Bolsa intensificou a queda e a divisa americana passou a subir, ainda que ligeiramente. Logo depois, porém, acompanhando o comportamento de Wall Street, os dois retomaram a trajetória de antes: a Bovespa diminuiu o percentual de perda e o dólar voltou a oscilar perto da estabilidade.

- A primeira interpretação talvez tenha causado frustração, porque se aguardava um sinal mais claro. Mas o mercado continua na mesma - disse Póvoa.

Para o economista, as perspectivas para os ativos brasileiros permanecem positivas, mas nenhuma tendência se firmará de maneira mais definitiva enquanto o Fed não for mais explícito sobre os rumos da política monetária americana.

- O mercado vai continuar acompanhando os dados da economia dos Estados Unidos e oscilando conforme as apostas para os juros - comentou.

Petrobras PN, o papel mais negociado da bolsa brasileira, caiu 0,39%. Telemar PN, o segundo mais movimentado, subiu 0,77%, e Vale do Rio Doce PNA declinou 0,35%. O volume financeiro chegou a R$ 2,517 bilhões - quase R$ 1 bilhão a menos do que o de ontem (R$ 3,443 bilhões). Entre as maiores altas, estiveram Cesp PN (+5,49%), Banco do Brasil ON (+4,12%) e TIM Participações ON (+3,28%). Entre as maiores quedas, figuravam Vivo PN (-3,01%), Braskem PNA (-2,89%) e Usiminas PNA (-2,70%).

Às 15h40m, o Banco Central promoveu um leilão de compra de dólares no mercado à vista e aceitou 13 propostas por um valor de R$ 2,0605. A intervenção foi mais moderada do que a de ontem, quando o BC aceitou 17 propostas por R$ 2,062. Segundo o gerente de câmbio de uma corretora, a proximidade dos leilões do BC, quase sempre feitos durante a tarde, leva muitos operadores a tentarem elevar o câmbio para obter um preço melhor.

- Muitos bancos compram barato pela manhã e tentam vender mais caro para o Banco Central - comenta.

Juros

A maior parte dos contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fechou com estabilidade nesta quarta-feira. Uma das poucas exceções foi o Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2006, que recuou 0,07%, para 15,35% ao ano. O DI para janeiro de 2008, o mais negociado, encerrou com taxa anual de 14,67%. O DI para janeiro de 2007 também teve variação nula, a 14,75%.

Risco

O risco-país teve forte queda. Às 17h45m, o Embi + brasileiro, calculado pelo JP Morgan, marcava 213 pontos centesimais, seis a menos do que ontem no mesmo horário. Os títulos da dívida externa brasileira fecharam em alta. O A Bond valorizou-se em 0,12%, a 108,13% do valor de face. O Global 40 aumentou 0,10%, para 128,25% de seu preço.

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