Bovespa conclui manhã em queda; dólar sustenta alta

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Depois de uma abertura positiva, quando chegou a atingir novo pico histórico (41.381 pontos), a Bolsa de São Paulo (Bovespa) entrou em queda e assim permaneceu até o início desta tarde. Às 13h, o Ibovespa caía 0,09%, aos 41.381 pontos. O dólar comercial está em alta desde o começo dos negócios e, no mesmo horário, avançava 0,34%, cotado a R$ 2,061 para compra e R$ 2,063 para venda.

Operadores consideram muito leve o recuo do Ibovespa e acreditam que até o fim do dia o índice possa mudar de rumo. Na sexta-feira, a bolsa teve o maior fechamento de sua história, aos 41.417 pontos, e o panorama, na visão dos analistas, continua favorável. O mercado não se abalou com as declarações do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, que, em entrevista ao jornal "O Globo", chegou a envolver o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de arrecadação do partido.

- Todo mundo sabe que isso não vai dar em nada - comentou um profissional de uma corretora.

Segundo este e outros operadores, o que mais causa preocupação são as relações entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal "O Estado de São Paulo" afirma que Meirelles chegou a desabafar com autoridades monetárias de outros países que "não se sente bem com Mantega". O ministro da Fazenda, por sua vez, disse recentemente que a sua sintonia com o Banco Central depende da manutenção da trajetória de queda da taxa básica de juros.

Às 13h, o volume financeiro da Bovespa chegava a R$ 1,153 bilhão. A ação mais negociada, Petrobras PN, recuava 0,67%, pressionada pela queda do barril do petróleo, em mais de US$ 1, tanto em Londres como em Nova York. Entre as ações que mais caíam estavam Contax PN (-3,52%), VCP PN (-2,98%) e Cemig ON (-2,83%). Entre as maiores altas, figuravam Braskem PNA (+4,15%), Itaubanco PN (+3,44%) e Itausa PN (+3,35%).

O mercado cambial tinha um volume baixo de negócios, segundo o gerente de câmbio da corretora Novação, José Roberto Carreira. Às 13h, havia R$ 600 milhões contabilizados no Sisbacen (Sistema de Informações do Banco Central), bem menos do que a média para este horário, de R$ 900 milhões. A situação política, por mais que tenha tido uma repercussão limitada, gera um pouco de cautela. Além disso, o mercado aguarda a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) marcada para a próxima quarta-feira. A previsão é de que haja um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros básicos dos Estados Unidos, mas até o desfecho do encontro prevalece o clima de expectativa.