• Carregando...

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou em queda durante toda a manhã desta quarta-feira, com exceção dos dois primeiros minutos de negociações. O dólar comercial seguiu o mesmo rumo, embora tenha sido oscilado perto da estabilidade durante alguns instantes. Às 13h10m, o Ibovespa caía 0,91%, para 41.598 pontos, e a moeda americana desvalorizava-se em 0,10%, comprada a R$ 2,056 e vendida a R$ 2,058.

Ontem, a bolsa subiu 1,12% e bateu seu 23º recorde do ano, aos 41.979 pontos. Antes do fechamento, superou pela primeira vez a marca dos 42 mil pontos. Com a valorização dos últimos dias, investidores aproveitam esta quarta-feira para vender ações e embolsar lucros. Às 13h10m, os papéis mais negociados eram Petrobras PN e Telemar ON, que tinham queda de, respectivamente, 0,99% e 2,24%. Cesp PN (+4,40%), Banco do Brasil ON (+2,84%) e TIM Participações ON (+2,22%) lideravam a lista de maiores altas. As maiores quedas eram de Vivo PN (-3,70%), VCP PN (-2,72%) e Usiminas PNA (-2,69%). O volume financeiro da bolsa atingia R$ 1,098 bilhão.

Os investidores arguardam a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) que vai deliberar sobre a taxa básica de juros do país. Analistas dão como certo um aumento de 0,25 ponto percentual, para 5%, mas destacam que a importância maior estará no comunicado que será divulgado após o encontro. Caso o Fed sinalize a continuidade do aperto monetário nos Estados Unidos, o fluxo de recursos para países emergentes, como o Brasil, deve sofrer uma queda, repercutindo na Bolsa de Valores e na cotação do dólar.

No cenário doméstico, os investidores acompanharam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, que ficou em 0,21%, pouco abaixo do avanço de 0,25% apontado pela média das projeções coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus. Apesar disso, a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, acredita que o índice reforçou a perspectiva de um corte menor, de apenas 0,5 ponto percentual, na taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcado para os dias 30 e 31 de maio.

Até o momento, o mercado não formou consenso em suas expectativas para o encontro. Nas últimas três reuniões, o Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto. Mas, na ata da reunião de abril, disse que a flexibilização da política monetária poderia ser feita com "mais parcimônia". Em seu comunicado, os diretores do BC deram a entender também que apenas uma nova leva de surpresas positivas seria capaz de manter os cortes em 0,75 ponto.

Segundo Sandra Utusmi, no tocante à inflação, essas surpresas não ocorreram. Além do IPCA, outros índices, como o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) e o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), trouxeram números maiores em suas últimas medições. O próprio IPCA foi superior ao IPCA-15 de abril, que funciona como uma prévia do índice fechado e apurou variação de 0,17%.

- Os últimos índices de inflação mostraram que o período de deflação já terminou - comentou Sandra.

Segundo a economista, por motivos sazonais, o IPCA deve trilhar uma trajetória crescente até o mês de julho. Entre os fatores que impulsionarão o índice, estão o aumento dos preços de vestuário (típico nesta época do ano), a entressafra da carne e uma série de reajustes de tarifas, entre as quais eletricidade, saneamento e telefonia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]