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Palavra de George Bush

Wall Street sairá da turbulência com "pouso suave"

São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem que os mercados financeiros no país encontrarão um modo seguro de fazer um "pouso suave" e deixar para trás a recente onda de turbulências que atravessou. "Os fundamentos de nossa economia são fortes", disse Bush, e acrescentou que essas condições ajudarão os mercados financeiros do país a superarem as atuais dificuldades. Bush afirmou confiar em que os investidores se acalmarão diante da crise no mercado de crédito imobiliário no país. Para Bush, os investidores irão reavaliar seus riscos e se concentrar nos fundamentos da economia.

A atual preocupação dos investidores se relaciona à crise no segmento "subprime" do mercado hipotecário americano – o segmento envolve tomadores de crédito com histórico de inadimplência. A crise no setor já levou à concordata duas das principais empresas de hipotecas do país: a New Century Financial Corporation em abril, especializada no segmento "subprime", e a American Home Mortgage (uma das 10 maiores empresas do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA), que pediu concordata na segunda-feira.

O caso da American Home deixou os investidores do país ainda mais preocupados, uma vez que a empresa é especializada em crédito no segmento "prime" (de baixo risco), o que fez crescer o temor de que os problemas estariam afetando outros setores da economia.

O Ibovespa, indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), subiu 2,67%, aos 55.241 pontos, no encerramento do pregão de ontem. Profissionais notaram que mudou o humor do mercado, com investidores retornando às compras após a crise de fins de julho. E apontam para o volume expressivo de ontem: R$ 4,99 bilhões.

O dólar comercial foi negociado a R$ 1,887 para venda, com decréscimo de 1,04%. O risco-país, medido pelo índice Embi+, marcava 172 pontos, com recuo de 8,5% sobre a pontuação final de anteontem.

Leitura positiva

"O mercado subiu com volume financeiro. De tarde, houve um pouco de realização [vendas] e a Bolsa estava subindo 1,6%, mas teve volume para ir ainda mais no fechamento. Nós costumamos dizer que o mercado fechou 'tomador'. Pode ser um sinal de que amanhã [hoje], na abertura, continue a valorizar", afirma João Carlos Bercher, gerente da mesa de operações da corretora Petra.

Ontem, investidores e analistas fizeram uma leitura razoavelmente positiva sobre a reunião em que o "Fed" manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos (EUA) em 5,25% ao ano. Se por um lado a autoridade monetária sinalizou que não deve baixar os juros tão cedo – alguns esperavam já em setembro – por outro, não ratificou o nervosismo do mercado com a crise do setor de crédito imobiliário americano, às voltas com um nível de inadimplência acima do esperado.

Bons sinais

O volume registrado nos últimos dias e ontem pode ser um sinal, ainda incipiente, do retorno dos estrangeiros ao pregão brasileiro. No ano, o saldo de investimentos de não-residentes está negativo em R$ 4,3 bilhões. Bercher nota a valorização acima do índice de "blue-chips" (ações mais negociadas) como a ação preferencial da Petrobras (3,7%) e a preferencial da AmBev (5,2%), como um indicativo dessa "volta" dos estrangeiros.

Entre as principais notícias do dia, a petroquímica Braskem anunciou lucro líquido de R$ 408 milhões no primeiro semestre de 2007 – um acréscimo de 344% sobre o mesmo período do ano passado (R$ 92 milhões). A ação teve ganho de 3,55%.

No setor siderúrgico, o grupo Gerdau divulgou lucro de R$ 1,725 bilhão no primeiro semestre deste ano, um resultado 4,6% inferior aos ganhos apurados no mesmo período em 2006. A ação preferencial valorizou 0,47%.

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