Influenciada por indicadores da economia americana e pela crise política na Tailândia, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte queda nesta terça-feira, de 1,64%, a 35.886 pontos, e volume financeiro de R$ 2,024 bilhões. O dólar, por sua vez, se manteve em alta durante todo o dia, fechando com ganhos de 0,79%, a R$ 2.1640.
Segundo o gerente da mesa de câmbio da corretora Liquidez, Francisco Carvalho, o Banco Central comprou cerca de US$250 milhões no mercado à vista.
- Mas o anúncio da compra aconteceu quando a alta da moeda já se sustentava. Houve uma desvalorização generalizada das moedas dos países emergentes, diante do problema da Tailândia. A aversão ao risco acabou influenciado - avaliou.
No mercado de ações, segundo o analista de investimentos do Banco Modal Eduardo Roche, dados divulgados pelos Estados Unidos suscitaram o medo do desaquecimento econômico do país. Em tese, isso afeta economias emergentes que dependem de exportações ao maior consumidor do mundo.
O núcleo da inflação no atacado ficou em 0,4% em agosto, contra expectativa de 0,2%. Já o índice que mede o início da construção de novas moradias caiu 6% em agosto, para 1,665 milhão de unidades na taxa anualizada, contra 1,77 milhão em julho. Na comparação com o ano anterior, a queda é de 20%.
- Isso significa que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) pode ter exagerado na dose ao aumentar os juros. A crise na Tailândia também acentuou a queda das bolsas lá fora - diz.
O risco-país brasileiro subiu 3,21%, para 225 pontos centesimais. O indicador referente a outras economias em desenvolvimento subiram no mesmo ritmo.
Os contratos de juros futuros referenciados em depósitos interfinanceiros projetaram taxa de 13,650% ao ano para janeiro de 2008, com alta de 0,07 ponto percentual.
- Também há uma crise política na Hungria e isso acaba estourando nos países emergentes. Pelo menos no curto prazo, os investidores ficam mais cautelosos. É claro que a posição e os fundamentos do Brasil são melhores, mas o país sente o estresse momentâneo desses efeitos - diz o economista do Banco Schahin, Silvio Campos Neto.
Destaques da bolsa- O grande destaque da Bovespa nesta terça-feira foi a alta de 9,88% dos papéis da Votorantim Celulose, que fecharam negociados a R$ 36,70, com a maior valorização do dia.A empresa anunciou um acordo para a troca de ativos com a americana International Paper.
Entre as quedas, estiveram papéis de setores ligados a commodities, que sofreram com o recuo dos preços do petróleo. Braskem PN (-3,07%, para R$ 13,91), Vale do Rio Doce PN (-2,25%, para R$ 38,70) e Petrobras (-2,07%, para R$ 39,81) são alguns exemplos.
Durante o encerramento dos negócios na Bovespa, os contratos do petróleo tipo WTI nos Estados Unidos eram negociados com perda de US$ 3,26%, a US$ 61,720, numa das menores cotações do ano.
O Brent tinha queda de 2,94%, para US$ 62,170.
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