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Índice Ibovespa nesta quarta-feira |
Índice Ibovespa nesta quarta-feira| Foto:

Dólar sobe 6% e tem alta de 52% desde agosto

O dólar comercial subiu 6,67% ontem – após ter subido 4,99% na terça-feira – e chegou aos R$ 2,38, seu maior valor desde 19 de dezembro de 2005. A moeda dos Estados Unidos acumula elevação de 33,9% no ano e de 52,6% desde 1º de agosto, quando havia alcançando a cotação mínima de 2008, R$ 1,559.

A medida provisória editada ontem que permite ao governo comprar empresas e a notícia de que o fluxo cambial no país ficou negativo em US$ 3,751 bilhões nas primeiras três semanas de outubro já azedaram os ânimos no câmbio logo pela manhã. Mas são vários os fatores que explicam a disparada da moeda americana.

O movimento foi global. O dólar avançou contra praticamente todas as moedas devido ao crescimento dos temores de uma recessão planetária. Os economistas prevêem que muitos países – os europeus, por exemplo – terão de cortar a sua taxa básica de juros em breve para enfrentar a já prevista recessão. Diante da perspectiva de menores ganhos, os investidores preferem correr para os EUA e comprar os títulos do seu Tesouro, tradicional refúgio em momentos de crise. A forte queda dos preços das commodities metálicas e agrícolas no mercado internacional, por sua vez, ajudou a derrubar o real.

A Bovespa tentou resistir até a última hora de pregão, mas não conseguiu evitar o acionamento do "circuit breaker", mecanismo que interrompe os negócios para evitar o pânico no mercado financeiro. Às 17h18, as perdas bateram em 10%, o que levou o pregão a ficar parado por 30 minutos. Após o retorno das operações a bolsa terminou o dia com queda de 10,18%, com contribuição forte do setor bancário. Todas as 66 ações que compõem o índice Ibovespa encerraram o dia com desvalorização. O índice fechou aos 35.069 pontos, em seu menor patamar desde setembro de 2006. No acumulado deste mês, as perdas estão em 29,21%. A queda no ano é de 45,11%.

A Bolsa de Valores de São Paulo operou em baixa durante todo o pregão de ontem, em consonância com mais um dia de perdas fortes nos principais centros financeiros do mundo. O recuo das commodities no exterior não deu chances para o mercado acionário brasileiro decolar. A cotação dos produtos básicos tem grande influência nos papéis de maior peso na composição do Ibovespa, como Petrobras e Vale.

Em Wall Street, o índice Dow Jones, que reúne as 30 ações norte-americanas de maior liquidez, caiu 5,69%. Para a Bolsa de Londres, as perdas ficaram em 4,46%. Em Tóquio, o índice Nikkei perdeu 6,79%. A Bolsa do México perdeu 7,01%. "Não se sabe claramente o que vai ocorrer com a economia real e até onde vai a extensão dos impactos da crise. Vamos continuar tendo dados econômicos negativos nos próximos meses. Há muitas incertezas sobre em que patamar a economia vai parar e até onde os preços das commodities podem descer", avalia Rodrigo Bresser-Pereira, sócio-diretor da Bresser Asset Management.

As vendas não têm poupado nenhum setor. As maiores quedas da Bovespa ilustram bem isso. A maior baixa de ontem do Ibovespa ficou com TIM Participações ON, que perdeu 21,91%, seguida por Gafisa ON (-20,04%) e América Latina Logística ON (-19,75%). A queda dos papéis mais negociados foi menos intensa. Em um dia em que o barril de petróleo encerrou negociado a US$ 66,75 em Nova Iorque, com baixa de 7,52%, dificilmente as ações da Petrobras conseguiriam ter resultado positivo. No fim do dia, a ação preferencial da Petrobras recuou 7,20%, e a ordinária, 7,90%.

Os papéis da Vale tiveram baixas de 8,67% (preferencial "A") e 5,68% (ordinária).

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