A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inverteu de tendência nos últimos minutos do pregão e terminou as negociações desta quinta-feira (4) em baixa. O índice Ibovespa - referência para o mercado nacional - registrou uma queda de 0,48%, aos 35.127 pontos. O giro financeiro ficou na casa dos R$ 2,6 bilhões, abaixo da média.
Durante a sessão, o indicador ficou no azul a maior parte do tempo, chegando a registrar alta de 1,7% no pico do dia, mas perdeu força no final dos negócios. Entre as ações que mais ganharam, destaque para Brasil Telecom e Gafisa, com altas superiores a 8% e 6%, respectivamente. Por outro lado, na ponta vendedora, Petrobras e Bradesco perderam mais de 3%. Para o diretor responsável pela área de análises da Petra Personal Trader, Ricardo Binelli, o mês de dezembro pode ser um pouco mais positivo para a Bovespa, mas o fluxo de notícias negativas ainda garante forte volatilidade.
"Esses pacotes robustos devem influenciar a economia de forma positiva, mas ainda temos dados que são decorrentes de um passado recente", avalia o especialista.
Influência
Durante a sessão, os investidores repercutiram o corte de juros em algumas das principais economias da Europa. Conforme o esperado, o Banco da Inglaterra (BoE) reduziu a taxa básica em 1 ponto percentual, para 2% ao ano. O juro do país ficou, assim, em seu menor patamar desde 1939.
O Banco Central Europeu (BCE) também anunciou um corte na taxa de juros, que agora ficou em 2,5% ao ano. A redução de 0,75 ponto percentual foi maior do que a estimada pela maioria dos analistas, que previa um novo corte de 0,5 ponto. A Suécia também reduziu sua taxa de juros.
Já no setor financeiro, em notícia negativa, o banco Credit Suisse anunciou que cortará 5,3 mil empregos, ou 11% de sua força de trabalho, depois de registrar prejuízo de US$ 2,5 bilhões nos dois primeiros meses do quarto trimestre.
Mesmo com os cortes, no entanto, as bolsas do continente tiveram prejuízo. O FTSEurofirst 300, índice que reúne as principais ações européias, caiu 0,38%, para 826 pontos. Em sessão volátil, o indicador chegou a subir 2,6% e cair 1,8%. Entre os principais mercados, Londres teve queda de 0,15%, Paris recuou 0,17% e Frankfurt registrou perdas de 0,07%.
Mercado americano
Nos EUA, o pregão também é marcado pela instabilidade. A Bolsa de Nova York alterna momentos de alta e baixa, com os investidores esperando uma solução para o setor automobilístico em crise do país, que buscam convencer os legisladores a liberar US$ 34 bilhões para o setor.
Os agentes também analisam o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, que disse que o governo americano deve aumentar os esforços para impedir as execuções de hipotecas habitacionais. Uma das alternativas apresentadas pelo dirigente para resolver a questão é assumir as hipotecas em atraso ou oferecer incentivos para refinanciamento das dívidas imobiliárias.
Como resultado, por volta das 17h50 de Brasília, o índice Dow Jones apontava estabilidade, aos 8.591 pontos. O indicador ampliado S&P 500 tinha uma leve baixa de 0,10% e o termômetro do setor de tecnologia Nasdaqrecuava 0,36%.



