
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) viveu ontem seu pior pregão em quase uma década e encerrou com expressiva queda de 9,36%, em uma das maiores perdas sofridas no mercado acionário mundial. Pouco antes das 15 horas, a bolsa chegou a ter as operações interrompidas quando superou os 10% de desvalorização. A depreciação de ontem foi a maior desde janeiro de 1999. O risco-país subiu 14%, para 337 pontos.
No momento em que a baixa superou os 10%, a Bovespa acionou o "circuit break" medida de segurança que interrompe temporariamente o pregão como forma de evitar que o pânico piore a situação do mercado. Após 30 minutos, as operações foram retomadas, mas o índice Ibovespa seguiu em baixa, para marcar, na mínima, queda de 13,82%, aos 43.766 pontos. Desde 1999, o "circuit break" não era acionado.
Após perdas tão intensas, compradores apareceram na última hora de pregão, dando algum alento à bolsa, que encerrou aos 46.028 pontos menor nível desde abril de 2007. Mas isso não significa que o mercado vá seguir em rota de recuperação hoje.
"A venda foi geral. O mercado já abriu pessimista e a reprovação do pacote no Congresso acabou por intensificar as perdas. O mercado foi tomado por um sentimento de pânico, de certa irracionalidade, que acaba por afetar até ações de empresas com bons fundamentos", diz Guilherme Mazzilli Pereira, analista da Daycoval Asset Management.
Além dos estrangeiros, que têm se desfeito de ações brasileiras de forma mais forte desde junho, investidores locais também estiveram na ponta vendedora. Todas as 66 ações do Ibovespa caíram.
Para piorar a situação da Bovespa, as ações de Petrobras e Vale, que são as de maior peso do índice Ibovespa, sofreram também com a depreciação das commodities no mercado internacional. O petróleo caiu 9,84%, para US$ 96,37.
As ações da Petrobras encerraram com queda de 7,56% (preferencias) e 8,16% (ordinárias). No pior momento do pregão, chegaram a recuar 15,24% (PN) e 15,36% (ON). Para Vale, as perdas ficaram em 12,14% (PNA) e 12,2% (ON). No ano, as ações ON da Vale têm perdas de 42,60%, e as ON da Petrobras, de 24,36%.



