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Apesar de ainda bilionário, o lucro do Bradesco desacelerou no último trimestre do ano passado, período em que a crise financeira global se agravou. Os R$ 1,806 bilhão de lucro alcançados no período representaram o mais fraco resultado trimestral do banco desde o 2º trimestre de 2007, quando o resultado foi de R$ 1,801 bilhão. Na comparação com o 3º trimestre, houve queda de 5,45%.

O banco encerrou 2008 com lucro de R$ 7,625 bilhões, ou 5,8% acima do resultado de 2007. Se forem considerados os efeitos extraordinários, o resultado do banco no 4º trimestre de 2008 piora bastante e recua para R$ 1,605 bilhão. A queda em relação ao mesmo período de 2007 alcança, neste caso, 27%. O resultado do banco no período outubro-dezembro de 2008 sofreu dois grandes impactos negativos. O primeiro deles é a PCD (provisão para crédito duvidoso) adicional de R$ 597 milhões realizada no período, devido ao aumento dos riscos de inadimplência. O outro foi o aumento da sinistralidade no período (especialmente com as enchentes em Santa Catarina), que fez com que o lucro do setor de seguros, muito importante para o banco, caísse 12% no trimestre.

"Esperamos por algum aumento da inadimplência em 2009. Não dá para precisar esse aumento, que vai depender dos níveis de emprego e de renda. Mas a expectativa é de que se mantenha em níveis aceitáveis", afirmou Milton Vargas, vice-presidente do Bradesco.

A carteira de crédito total do Bradesco encerrou o ano em nível recorde, com R$ 215,35 bilhões, um aumento de 33,4% em 12 meses. No último trimestre do ano, o crescimento do crédito foi menos intenso, ficando em 9,2%. Para 2009, o banco projeta que a carteira se expanda entre 13% e 17%, em meio a um cenário de desaceleração da economia brasileira.

O segmento que teve uma expansão tímida no ano foi o de receitas com serviços bancários (que incluem tarifas e taxas de contas, cartões e empréstimos). O aumento foi de apenas 3,8%, totalizando R$ 11,21 bilhões. As novas regras para cobranças de tarifas, que entraram em vigor em abril passado, tiraram o vigor do segmento.

RecuperaçãoNo ano passado, o Bradesco viu sua liderança entre os bancos privados ficar para trás, após a fusão de Itaú e Unibanco. O novo conglomerado formado por Itaú e Unibanco deve computar ativos da ordem de R$ 575 bilhões – os bancos ainda não divulgaram seus resultados de 2008. Já o Bradesco encerrou o ano com ativos totais de R$ 454,4 bilhões.

Márcio Cypriano, presidente do Bradesco, avalia que o caminho para o banco voltar ao topo será o crescimento orgânico – novas aquisições não estão nos planos da instituição – e previu que a liderança poderia ser reconquistada em cerca de cinco anos.

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