O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior confirmou nesta sexta-feira (9) o envio de carta, na quinta (8), ao governo do México, na qual solicita a limitação de embarques de veículos mexicanos para o Brasil a uma cota de US$ 1,4 bilhão (R$ 2,49 bilhões a preços de hoje) pelos próximos três anos. O pedido, encaminhado diretamente aos ministros mexicanos de Economia, Bruno Ferrari, e Relações Exteriores, Patricia Espinosa, é parte de outras demandas do Brasil para renegociar o acordo bilateral de comércio automotivo.
O governo brasileiro evita, porém, fazer qualquer comentário sobre o assunto. A assessoria do ministro Ferrnando Pimentel, do MDIC, revela que só haverá alguma manifestação depois da resposta do governo mexicano.
De acordo com informação da agência de notícias Reuters, que teve acesso à íntegra da carta brasileira, a quota de US$ 1,4 bilhão foi fixada com base no valor médio das exportações de carros mexicanos para o Brasil nos últimos três anos. A carta menciona que os dois países já chegaram a um entendimento preliminar sobre os termos da revisão do acordo.
Contrafeito com o grande aumento das exportações de carros do México para o Brasil, que geraram déficit comercial de US$ 1,7 bilhão na balança bilateral do setor, no ano passado, o governo brasileiro desconfia que montadoras dos Estados Unidos, da China e de países europeus estejam usando o território mexicano como plataforma de exportações para o Brasil. Assim, estariam se livrando da taxação de 35% sobre importações de veículos de fora do Mercosul e do México.
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