A concentração da competição em grandes centros urbanos (que têm a maioria absoluta dos usuários de banda larga do Brasil) deve-se a fatores econômicos (nas capitais está a maior parte do PIB que interessa às empresas) e à presença de backbones (as estradas que levam a banda larga aos usuários), diz o presidente da Cisco, Pedro Ripper. Há localidades no Brasil onde simplesmente não há a presença de backbones, o que impossibilita a oferta dos serviços. Uma saída seria a regulamentação do unbundling, que é a desagregação das redes das operadoras de telefonia local, de modo a possibilitar que outras empresas possam alugar partes das redes para prover serviços.
O leilão das redes de terceira geração (3G) também é apontado como uma das possíveis saídas para aumentar a competição não só entre empresas como do número de tecnologias que podem ser aplicadas para a oferta de banda larga. No caso da telefonia móvel, o acesso em alta velocidade poderia ser feito através do uso de plaquinhas PCMCIA conectáveis aos notebooks ou modems, que, em redes 3G, possibilitariam acesso em altíssimas velocidades (leia mais na matéria ao lado).
"A banda larga no Brasil tem evoluído, principalmente com o aumento de velocidade proporcionado pelo DSL2 [tecnologia usada pela operadora GVT]. Além disso, começamos a usar o WiMax comercial. Estamos trilhando o mesmo caminho que o resto do mundo. É claro que, aqui, a tributação acaba pesando muito na cadeia inteira. Mas a adoção de tecnologias como a WiMax pode baixar o custo dos serviços", acredita Guto Firmato, diretor executivo da Alcatel, fornecedora de infra-estrutura de telecom.
Em relação à carga tributária, Ripper, da Cisco, acrescenta que é fator fundamental ela ser revista. E não só isso: o governo poderia, por exemplo, criar benefícios fiscais para que a oferta de banda larga deslanchasse no Brasil. "Mas o governo não é uma alavanca só. No Barômetro, por exemplo, nós da Cisco colocamos como meta ter 10 milhões de usuários de banda larga até o ano de 2010. Mas isso pode ser inviável se não trabalharmos em todas as esferas. Há "n" papéis a serem desempenhados", diz.
Exterior
Uma das modalidades de serviços que o mercado europeu e americano têm, mas que o brasileiro ainda precisa conhecer é o vulgarmente chamado de "Naked ADSL". Trata-se da venda, para o consumidor doméstico, de banda larga sem a necessidade sequer da assinatura do telefone fixo. Seria como se, no Brasil, os clientes pudessem assinar o Turbo, o Vírtua ou o Turbonet Maxx sem pagar a assinatura básica de telefone fixo ou de provedor de acesso. Na Dinamarca, há uma regulamentação que obriga as empresas de telecom a vender serviços de DSL separadamente dos de telefonia fixa, sem cobrança de assinatura básica.
De acordo com uma fonte consultada pela reportagem, a questão da exigência do provedor não é tratada de forma igual pelo governo: há operadoras que fornecem o serviço de acesso à internet sem a presença de um provedor, o que fere a LGT.
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