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Nações Unidas

Brasil caminha para ter 2º pior crescimento dos emergentes

País deve ficar na frente apenas da Rússia. Ainda assim, estimativa está acima das projeções do mercado financeiro

O relatório anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) tem previsão bastante otimista para o Brasil, de crescimento econômico da ordem de 1,3% em 2014. A estimativa é muito superior à média de projeções do mercado financeiro. Mesmo otimista, a previsão da entidade para o Brasil é a segunda pior entre as grandes economias emergentes e está à frente apenas da Rússia.

O relatório divulgado nesta tarde de quarta-feira, 10, projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá crescer 1,3% em 2014. Entre as grandes economias em desenvolvimento, essa é a segunda pior estimativa da entidade. O Brasil deve ficar apenas à frente da Rússia, cuja previsão de expansão é de 0,5%. O mercado financeiro, porém, já trabalha com expectativa de que o PIB brasileiro deve crescer apenas 0,48%, segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira.

No documento, a Unctad destaca que o fraco ritmo da economia do Brasil, Argentina e México deverão fazer com que a América Latina perca velocidade este ano. "A América Latina desacelera e reflete desempenho da Argentina, Brasil e México. A demanda doméstica perdeu o ápice e choques externos também afetaram", diz o documento. Para o conjunto latino-americano, prevê expansão do PIB de 1,9% este ano, menos que os 2,6% registrados em 2013. A outra grande economia da região, o México, deve crescer 2%.

Ainda sobre a região, o documento destaca a situação mais delicada da gestão da dívida argentina. Em meio à polêmica jurídica com parte dos credores da dívida - os chamados holdouts -, a Unctad reconhece que o problema afeta a economia do país vizinho. Apesar disso, o texto diz que os "fundamentos econômicos evitarão que a dívida argentina se transforme em crise regional".

Entre as demais regiões emergentes do planeta, a Ásia deve crescer 5,5% este ano, liderada pela China, que deve terminar com expansão de 7,5%. A economia chinesa, explica a Unctad, continua tentando aumentar o peso do consumo privado e público no crescimento do país que é grande exportador de bens de consumo. Na Índia, é esperada expansão de 5,5% liderada pelo consumo interno e exportações. O investimento, porém, não reagiu.

Por fim, o documento diz que os países do entorno da Rússia deverão ser prejudicados pela desaceleração da economia russa que sofre com a estagnação do consumo e do investimento. O quadro negativo é gerado pela instabilidade financeira e a saída de fluxos financeiros em meio à crise geopolítica, diz a Unctad.

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