Desde o terceiro trimestre de 2011, a economia brasileira cresce abaixo de seu potencial. Com esse ritmo menor de expansão, o Banco Central entende que é possível cortar o juro sem comprometer a inflação e, de quebra, incentivar a atividade. "Não é por outra razão que o BC vem ajustando sua taxa para baixo nesse período", disse ontem o presidente da instituição, Alexandre Tombini, em tom de justificativa para explicar a senadores o motivo que está por trás dos cortes da taxa Selic feitos desde agosto.
Mais que controlar a inflação, Tombini também afirmou de forma explícita, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos, que o BC trabalha com um novo "mix de política econômica". Se no passado a principal função da casa era estabilizar e manter o poder de compra da moeda, atualmente a instituição também age para que o país cresça algo de que os economistas já desconfiavam havia vários meses.
Ao citar as perspectivas para a economia brasileira em 2012, o presidente do BC disse que o cenário da instituição considera a "manutenção de um mix de política econômica compatível com maior crescimento da economia e convergência da inflação para a meta". Ou seja, Tombini busca um patamar do juro suficiente para conter a inflação sem esquecer o crescimento.
A despeito da expectativa de desaceleração da economia global em 2012, o presidente do BC prevê que o ritmo de expansão no Brasil neste ano será maior que o visto no ano passado, em especial no segundo semestre. Ao mesmo tempo, Tombini prevê que seguirá o processo de "desinflação" que começou em setembro do ano passado e reforça a avaliação de que o juro básico chegará em breve a um dígito. Atualmente, a Selic está em 10,5%.
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