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O uso do hidrogênio para gerar energia e para movimentar veículos deve se tornar uma realidade comercial na próxima década em todo o mundo e o Brasil terá de estar preparado para esse novo mercado, com a mobilização de pesquisadores, governo e empresas. A opinião é de analistas reunidos no Brasil H2 Fuel Cell/Expo Seminar 2007, evento que discute até amanhã na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em Curitiba as principais novidades na área de células a combustível – a tecnologia que utiliza o hidrogênio para geração de eletricidade e que tem como resíduo a água. No encontro, estão sendo apresentados veículos e até a maquete de uma cidade com geração de energia a partir de hidrogênio. Calcula-se que, até 2030, esse mercado deva movimentar US$ 30 trilhões em todo o mundo em diversas aplicações na indústria, em empresas prestadoras de serviços e residências.

"O Brasil poderá responder por 1% desse total", estima Emilio Hoffmann Gomes Neto, organizador do evento. Mas hoje ainda faltam regras claras sobre como vai se estabelecer esse novo mercado, segundo Valdemar Ferreira, diretor geral da Novocell, empresa de células a combustível, com sede em Americana (SP), que deve começar a produzir em série a partir de 2008. "Hoje ainda não temos idéia de que mercado será esse. Não sabemos onde estarão as oportunidades de demanda e o governo brasileiro ainda não estruturou um projeto para esse setor", diz. "O risco é o Brasil ficar refém da importação de tecnologia de países que há 20 anos vêm investindo em pesquisas nessa área", completa. Há atualmente cerca de 60 empresas e instituições de pesquisa envolvidas na cadeia de hidrogênio no Brasil, que começam a dar forma aos primeiros projetos, como o do carro da usina de Itaipu, e dos cinco ônibus que começam a circular em 2008 na cidade de São Paulo.

Mundialmente, a indústria automobilística é a que mais avança nesse segmento. Desde 2001 funciona nos Estados Unidos o California Fuel Cell Partnership, grupo que reúne cerca de 10 montadoras que discutem os parâmetros para baratear a tecnologia. O desafio é equiparar os preços dos carros a hidrogênio com os movidos a gasolina. "Algumas empresas dizem que isso deve ocorrer já em 2010 ou 2012,", diz Gomes Neto. Hoje a maior parte da produção mundial de hidrogênio vai para a indústria, na fabricação de produtos químicos como plásticos e amônia. "O objetivo é aproveitar esse potencial com a geração a partir de fontes renováveis. No futuro, o mundo precisará de fontes de energia que se complementem", finaliza.

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