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O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o subsecretário de Estado dos Estados Unidos, William Burns, acertaram nesta sexta-feira (2) manter "o diálogo aberto" sobre a decisão americana de suspender a compra de 20 caças brasileiros, informaram fontes oficiais.

Burns foi recebido por Patriota em Brasília e, segundo explicou o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, um dos assuntos tratados foi a decisão da Força Aérea americana de suspender essa operação por supostos problemas na documentação apresentada pela Embraer, fabricante dos aparatos.

Durante a reunião, Patriota "reiterou a surpresa que a decisão causou no Brasil", uma atitude que o governo de Dilma Rousseff considerou "equivocada", sobretudo pelas relações que existem entre os dois países, em particular na área de Defesa, disse o porta-voz.

"Quando se tem uma relação privilegiada como a que existe entre Brasil e Estados Unidos, tanto no setor de Defesa como em muitas outras áreas, não se espera este tipo de surpresa", indicou.

Segundo Nunes, Burns reiterou que os Estados Unidos consideram que os aviões Super Tucano, objeto da operação, são aeronaves "de primeira linha" e que a decisão será "revisada", mas não esclareceu se isso significa que o negócio será finalmente concretizado.

A Embraer venceu em dezembro uma licitação para um contrato de US$ 355 milhões para a venda de 20 caças aos EUA, que seriam utilizados no Afeganistão.

O processo foi questionado pelo fabricante americano Hawker Beechcraft, que alertou para perda de empregos nos Estados Unidos que a operação causaria, em meio à campanha para as eleições presidenciais. Em seguida, a venda foi suspensa por supostos problemas na documentação.

Nunes explicou que Patriota e Burns resolveram manter "aberto um canal de diálogo" sobre o assunto, que poderia ser tratado inclusive durante a visita que a presidente Dilma fará a Barack Obama no próximo dia 9 de abril.

A reunião entre Burns e Patriota serviu também para começar a preparar esse encontro, que terá um forte caráter comercial e de negócios. Na ocasião da viagem também serão realizadas diversas reuniões entre empresários de ambos os países, disse o porta-voz.

Nunes destacou que os EUA recuperam em janeiro o posto de primeiro parceiro comercial do Brasil, que tinham perdido para a China, e disse que tanto Brasília como Washington estão decididos a fomentar uma expansão ainda maior da troca bilateral.

O representante indicou que Burns também manifestou o interesse dos Estados Unidos em atrair investimentos brasileiros, sobretudo nas áreas de Energia e Telecomunicações, o que deverá ser tratado durante o encontro entre Obama e Dilma.

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