O Brasil está em recessão desde o segundo trimestre de 2014. A constatação é do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), um colegiado de sete economistas que se reúne periodicamente para avaliar os períodos de expansão e contração da economia brasileira.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira (4), o comitê informou que, do segundo trimestre de 2014 até o primeiro de 2015, “observou-se uma taxa média de contração de 1,1% em termos anualizados, algo similar ao observado nas recessões de 1998-1999 e de 2001, taxa esta significativamente menor que a observada na curta e intensa recessão de 2008-2009 (-11,2% ao ano)”.
Com pelo menos quatro trimestres, a crise atual já é a mais longa desde a de 1998-1999. Reportagem publicada no último domingo (2) pela Gazeta do Povo apontou, com base em entrevistas com economistas e projeções de mercado, que ela caminha para se tornar, também, a recessão mais longa desde a era Collor. Entre 1989 e 1992, a economia brasileira se contraiu por 11 trimestres, conforme a metodologia do Codace.
Os bancos e consultorias que participam da pesquisa Focus, do Banco Central, projetam que, na comparação com períodos equivalentes dos anos anteriores, o Produto Interno Bruto (PIB) continuará em queda por mais quatro trimestres, totalizando oito trimestres de contração, voltando a crescer apenas em meados de 2016.
Expansão
Reunido em 30 de julho, o comitê identificou que o último pico do ciclo de negócios brasileiro ocorreu no primeiro trimestre de 2014, encerrando um período de expansão que vinha desde 2009 e durou 20 trimestres. Conforme o Codace, essa foi uma das mais longas eras de progresso da economia brasileira desde o início dos anos 1980, perdendo apenas para um ciclo de 21 trimestres durante o governo Lula, entre 2003 e 2008.
Conforme o Codace, o crescimento médio trimestral do último ciclo de expansão, de 4,2%, foi um pouco inferior ao observado nos dois períodos anteriores de crescimento, em 2002 (5,3%) e entre 2003 e 2008 (5,1%).
Participantes
Fazem parte do Codace os economistas Affonso Celso Pastore (da AC Pastore & Associados); Edmar Bacha (Iepe-Casa das Garças); João Victor Issler (FGV/EPGE); Marcelle Chauvet (Universidade da Califórnia); Marco Bonomo (Insper); Paulo Picchetti (FGV/EESP e Ibre) e Regis Bonelli (FGV/Ibre).
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