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Sem saída, restaurantes baixam preços

Estabelecimentos reduzem tamanho do bufê para não perder clientes. Comer fora de casa está 12% mais caro em Curitiba

Clara Carlan baixou em cerca de R$ 10 o preço do quilo depois de perceber uma queda no movimento do seu restaurante, em Curitiba. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Clara Carlan baixou em cerca de R$ 10 o preço do quilo depois de perceber uma queda no movimento do seu restaurante, em Curitiba. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Quem almoça ou janta na rua já sentiu. Comer fora de casa está mais caro. Nos últimos doze meses terminados em junho, a inflação da alimentação fora de casa em Curitiba alcançou 12,36%, índice bem acima do aumento médio das outras capitais do país, de 9,55%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta nos preços desde o início do ano, aliada ao cenário de renda em baixa e ao aumento do desemprego, afugentou a clientela e levou parte dos empresários a se adequar à nova realidade do mercado.

Os restaurantes tentam evitar o repasse integral dos aumentos aos consumidores e manter a clientela cativa. As estratégias vão desde a oferta de promoções e alguns descontos até a readequação do cardápio para baixar efetivamente o valor do quilo.

A empresária Clara Carlan, proprietária da rede curitibana Vila Sabor, decidiu baixar em mais de R$ 10 o preço do quilo (de R$ 49,20 para R$ 38,90) depois de perceber a queda no movimento do restaurante. “Alguns clientes que estávamos acostumados a receber todos os dias começaram a deixar de vir por causa do preço. Então resolvemos nos adaptar”, diz.

Para chegar no valor mais em conta, a empresária diminuiu a variedade de pratos e separou o preço do grill do restante do buffet. “Percebemos que o que mais encarece o valor do quilo é a proteína. Então separamos e limitamos a oferta de carnes mais caras como camarão e salmão, sem perder a qualidade”, explica.

Ao todo, o restaurante passou de 70 preparações diárias para 45. Mesmo com a economia, a empresária não conseguiu evitar demissões. Foram quatro, além de remanejar as funções dos funcionários que permaneceram no restaurante. “Fizemos toda essa adequação há dois meses e já sentimos um aumento de movimento em 25%”, diz Clara.

Wanda Wolf, proprietária do Suissa Grill, que tem quatro unidades em Curitiba e São Paulo, afirma que o que mais pesou no bolso dos donos de restaurantes foi o valor de insumos complementares, como eletricidade, gás e outros gastos. “Os custos das máquinas de vale-refeição também estão pesando muito. Além de cobrarem altas taxas, demoram muito para repassar o dinheiro para nós”, afirma.

Segundo ela, desde o início do ano, o movimento caiu cerca de 30% no restaurante. “Não podemos repassar totalmente os aumentos para nossos clientes. E para incentivar que eles continuem vindo temos apostado em promoções aliadas ao nosso cartão fidelidade e descontos de até 10% para grupos grandes”, explica.

Além das medidas, Wanda afirma que intensificou a negociação com os fornecedores e locatários dos imóveis onde as unidades do restaurante estão localizadas. “Falei para eles, estamos todos no mesmo barco. Vamos nos ajudar”, diz.

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