O Governo do Brasil estuda apoiar a companhia aérea de bandeira colombiana e capital brasileiro Avianca na compra da portuguesa TAP, depois que as autoridades do país ibérico suspenderam as negociações de venda em dezembro, publicou neste sábado (9) o jornal "Folha de S. Paulo".
Segundo o jornal, Portugal suspendeu o negócio em sua fase final argumentando falta de garantias financeiras do grupo Synergy, controlado pelo empresário brasileiro de origem boliviana Germán Efromovich.
O empresário, também com nacionalidade polonesa por seus pais e colombiana concedida por decreto presidencial, tem o apoio do Governo da Colômbia em sua tentativa de comprar a TAP e inclusive em novembro, acompanhou o presidente do país, Juan Manuel Santos, em uma missão a Portugal para antecipar o negócio.
A compra de TAP tinha sido estimulada por José Dirceu, ex-ministro de Presidência no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado a 10 anos de prisão por corrupção em sua gestão e cuja sentença, lembrou a "Folha", coincidiu com a suspensão do negócio por parte das autoridades portuguesas.
O apoio "oficial" do Brasil ao negócio, detalhou o jornal, se daria através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas o Governo considera também que o próprio Efromovich tem "suficientes garantias próprias" para respaldar a compra.
A sugestão do Governo é que o negócio seja realizado diretamente através da matriz de Avianca, que controla as filiais brasileira, colombiana e a companhia aérea centro-americana Taca, e não por intermédio do grupo Synergy, que atua em diferentes frentes, inclusive com plataformas petrolíferas e estaleiros.
Com o negócio, o Governo do país sul-americano pretende estimular a criação de uma "Super companhia aérea" entre Brasil e Portugal, com faturamento de R$ 7,5 bilhões, uma frota de 106 aeronaves de grande porte e capacidade para transportar 15 milhões de passageiros.
Antes do interesse da Avianca pela TAP, o Brasil já estudava apoiar a principal companhia aérea do país, TAM, na compra da empresa portuguesa, mas a brasileira apostou pela fusão com a chilena LAN.
O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, acompanha as negociações entre Avianca e TAP e no mês passado se reuniu em Brasília com Efromovich.
Uma das preocupações do Governo sobre o negócio, citou a "Folha", são as dívidas de mais de R$ 2 bilhões da TAP, equivalentes a 35% do faturamento.
Em 2012, o lucro líquido da companhia foi de R$ 40 milhões.
A Avianca Brasil tem planos de investimentos para os próximos anos no valor de R$ 3 bilhões).
De acordo com o jornal, Efromovich apresentou uma oferta de R$ 3,5 bilhões pela TAP e se comprometeu a assumir o passivo da companhia, mas deixando as dívidas trabalhistas e tributários para o Governo português.
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