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Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento | Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Brasil nega pedido argentino por fim de barreira

O ministro do Desenvol­vimento, Fernando Pimentel, reafirmou ontem que a Argentina demorava mais de 60 dias para autorizar a entrada de produtos brasileiros. Segundo regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o tempo máximo para a expedição de licenças é de dois meses. "A Argentina não está cumprindo os 60 dias, isso gera desconforto e é um problema. Em muitos casos, esse prazo já foi ultrapassado", declarou Pimentel.

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O ministro do Desen­volvimento, Fernando Pimentel, telefonou ontem para a ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, informou que não vai retirar a barreira contra a importação de carros e sugeriu uma reunião na próxima semana. Débora havia dito que a suspensão da medida seria uma "precondição" para negociarem uma saída para a nova crise do Mercosul.

Na semana passada, o Brasil impôs licenças não automáticas de importação para veículos. A medida vale para todos os países e também visa conter a forte entrada de carros asiáticos, mas atingiu em cheio as exportações da Argentina. Em Buenos Aires, a decisão foi vista como uma retaliação pelas barreiras aplicadas pelo governo de Cristina Kirchner contra os produtos brasileiros.

No telefonema de ontem, Pimentel explicou a Giorgi que não poderia levantar as barreiras, exatamente porque não foram aplicadas contra a Argentina, mas para monitorar todas as importações de carros. "Entendi que havia um pedido. Não tem como aceitar ou formular precondições para a conversa: nem da parte da Argentina, nem da nossa parte", disse Pimentel durante coletiva de imprensa em Brasília.

Encontros

Desde a adoção das barreiras, os dois governos vêm trocando farpas. Débora enviou uma carta de seis páginas na qual reclamava da dificuldade para a entrada de produtos argentinos no Brasil. Pimentel respondeu em dois parágrafos e sugeriu uma reunião em Brasília. Em telefonema na sexta-feira à noite, Giorgi pediu a suspensão das barreiras e sugeriu que a reunião ocorresse na fronteira, em Foz do Iguaçu.

Sem a chance de discutir com Pimentel por enquanto, a ministra argentina se reunirá hoje com o embaixador brasileiro, Enio Cordeiro, para definir um encontro entre o secretário da Indústria argentino, Eduardo Bianchi, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira. Após a conversa entre Bianchi e Teixeira, ainda sem data definida – mas que, segundo fontes argentinas, será nos próximos dias –, será marcada uma reunião entre os dois ministros. Pimentel disse ontem que o encontro provavelmente ocorrerá na próxima semana. Ele explicou que o local ainda não foi definido, mas poderia ser mesmo Foz. "Nesta época do ano, as Cataratas estão cheias", brincou.

Carretas

Estão parados há mais de uma semana, no pátio do porto seco de Uruguaiana (RS), 41 caminhões-cegonha com cerca de 300 veículos das marcas Hilux e SW4, da montadora Toyota. O destino dos automóveis seria o centro de distribuição da empresa, em Guaíba, próximo a Porto Alegre. O número de carretas não deve aumentar. A empresa comunicou a administração do Porto Seco de que teria parado de carregar os carros em sua fábrica argentina, em Zarate, a 100 quilômetros de Buenos Aires.

O clima na fronteira é de insegurança. "Para ficarmos aqui gastamos mais de R$ 50 por dia e a empresa não nos paga diária. Estamos perdendo outros negócios", diz o motorista Miguel Iribarrem. No porto de Rio Grande também há carros parados de outras montadoras.

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