Com mudança promovida pelo IBGE para o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, que fez com que as taxas de crescimento da economia brasileira fossem melhores do que as divulgadas anteriormente de 2002 a 2005 , o Brasil consegue ultrapassar a Coréia do Sul no ranking dos países com a maior economia do mundo, pulando da 11ª para a 10ª posição no levantamento de 2005.
Em valores correntes calculados em dólar, o PIB brasileiro passou de US$ 796,02 bilhões para US$ 882,13 bilhões com a revisão, tomando-se como referência a taxa média do câmbio no período.
Apesar disso, o governo brasileiro não pretende modificar as metas de crescimento do país. Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, as metas fixadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de 4,5% para 2007 e de 5% para os próximos anos, serão mantidas.
Um levantamento feito pela Austing Rating também mostra que o PIB brasileiro, no entanto, ainda é 21,7% menor que o da Espanha, que ocupa a 9ª colocação no ranking. Em primeiro lugar aparecem os Estados Unidos, com um PIB de US$ 12,486 trilhões - quase três vezes superior ao do Japão (US$ 4,571 trilhões), que ocupa a segunda colocação.
As mudanças foram aplicadas aos resultados do PIB desde 2000 e tiveram impacto positivo maior nos anos do Governo Lula (2003 a 2005). No resultado de 2000 a revisão foi para baixo, de 4,4% para 4,3% e, no de 2001, manteve a mesma taxa, de 1,3%.
O novo cálculo também altera a posição do Brasil no ranking nos anos de 2003 e 2004, quando o país passa da 15ª para a 13ª posição. Em 2002, o Brasil sobe do 13º para 12º lugar no ranking.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, lembra que a taxa de investimento do Brasil foi revisada de 19,1% o PIB para 16,3%.
"Ela teve um recuo de 2,8 pontos percentuais, deteriorando ainda mais a condição do país em relação a seus pares, principalmente Índia e China, onde a taxa de investimento está entre 25% e 30%".
Agostini, no entanto, ressalta os aspectos positivos da mudança da metodologia :
"O aperfeiçoamento da metodologia revela ao menos três pontos importantes: o potencial de crescimento da economia estava subestimado em aproximadamente 0,4 ponto percentual; o nível de investimento se revela mais crítico em relação ao que era apurado, portanto, elevando a necessidade de investimento para acelerar o crescimento e atingir, como quer o governo, ao menos 4% ao ano; e que é necessário maior investimento nas áreas de pesquisa sócio-econômica do país, fato este que foi severamente discutido no início do governo Lula, quando o IBGE alterou a metodologia de apuração da Pesquisa Mensal de Emprego".



