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A expectativa de que o Brasil tenha um crescimento negativo, de -0,9% este ano, empurrou para baixo a projeção do comportamento econômico da América do Sul, disse nesta quarta-feira a secretária-geral da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, à Agência Efe.

“Para o Brasil estamos estimando -0,9%, ou seja, um crescimento negativo, e como é uma economia que pesa muito, joga nossa projeção da América do Sul para baixo”, declarou Bárcena na capital panamenha.

A Cepal informou ontem que a América Latina e o Caribe crescerão em torno de 1% em 2015, uma revisão significativamente mais modesta em relação aos 2,2% calculados anteriormente.

Em nível sub-regional, a Cepal projetou uma taxa de crescimento próxima de zero para a América do Sul, enquanto na América Central e no México alcançará 3,2%, e no Caribe 1,9%.

Barcena assinalou nesta quarta-feira à Efe que a projeção sul-americana também foi puxada para baixo pela Argentina e pela Venezuela, mas não deu mais detalhes.

“Projetamos um crescimento de 1% para toda a região, mas observamos claramente que há três realidades diferentes: América Central e México têm desempenho melhor”, explicou a secretária-executiva da Cepal, que está no Panamá para participar dos fóruns prévios à VII Cúpula das Américas.

As economias do México e da América Central estão mais ligadas aos Estados Unidos, “que também devem ter crescimento, de 3,6%” este ano, disse Bárcena.

Entre os países que “crescem melhor” na América do Sul estão Uruguai, com 3%; Peru e Paraguai com 4,2% cada um; e Colômbia com 3,6%, disse a secretária executiva da Cepal.

As economias sulamericanas estão sendo afetadas “fundamentalmente pela queda nos preços dos commodities, e o fim do superciclo de matérias-primas”.

No caso do Caribe, a Cepal calcula para a região “crescimento de 1,9%”, uma previsão que “novamente é influenciada por Trinidad e Tobago e Jamaica, que são produtores de petróleo”, precisou.

A Cepal informou ontem em Santiago do Chile, onde fica sua sede, que a revisão da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) regional reflete um entorno mundial caracterizado por uma dinâmica econômica menor do que a esperada no fim de 2014.

Com exceção dos Estados Unidos, as projeções de crescimento foram revisadas para baixo nos países industrializados, e as economias emergentes seguem essa desaceleração, explicou a Cepal.

Ao menor crescimento da economia mundial se soma mais volatilidade financeira internacional, produto de uma política monetária muito expansiva na Europa e no Japão, além da expectativa do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos.

E o fim do chamado “superciclo” do preço das matérias-primas afetou negativamente vários países da região, assinalou a Cepal.

Segundo estas previsões, os países que liderarão a expansão regional em 2015 serão Panamá, com uma alta de PIB de 6%, Antígua e Barbuda, com 5,4%, e Bolívia, Nicarágua e República Dominicana, com 5%. EFE

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