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Presidente dos EUA

Brasil será tarifado em 10%, menor taxa aplicada por Trump em sua política de reciprocidade

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: EFE/EPA/Seth Wenig/Pool)

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Nesta quarta-feira (2), após semanas falando no “Dia da Libertação”, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou uma tarifa recíproca de 10% para o Brasil. O valor representa a taxa mínima imposta por Trump na comparação com outros países.

Além do Brasil, serão taxados com o mesmo percentual (10%) o Reino Unido e o Chile. A tarifa para a China será de 34%; União Europeia, 20%; Vietnã, 46%; Camboja, 49%; África do Sul, 30%; Israel, 17%; Japão, 24%.

A ideia da “tarifa recíproca” é equiparar encargos. De acordo com Trump, “tarifas recíprocas são tarifas bondosas”. As novas taxas entrarão em vigor a partir da meia-noite.

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Para o presidente dos EUA, sua nova política não vai igualar apenas as tarifas, mas também barreiras não tarifárias impostas a empresas americanas, além de “superávits excessivos”.

Trump pretende recuperar a relevância da indústria americana, criar novos empregos e reduzir o déficit comercial do país, que foi de quase US$ 1 trilhão (R$ 5,7 trilhões) em 2024.

“Nosso país e seus contribuintes foram saqueados por cinquenta anos, mas isso não vai mais acontecer [...] Trabalhos e empresas voltarão ao nosso país, quebraremos barreiras comerciais”, disse o presidente dos EUA.

Impacto do tarifaço

Mais cedo, o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, disse que a política de reciprocidade de Trump poderá ter impacto, na economia global, semelhante ao do choque do petróleo, quando houve queda na capacidade produtiva e aumento nos preços e no desemprego.

De acordo com Summers, o impacto das tarifas deve se equiparar a eventos catastróficos, como uma grande seca ou um terremoto, por provocar um choque de oferta na economia global. As declarações do ex-secretário foram dadas durante entrevista concedida ao canal de televisão da Bloomberg.

Antes do anúncio desta quarta-feira, Trump já havia anunciado um imposto de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA. Ainda que analistas internacionais avaliem que a medida tenha como um de seus principais alvos a China, que atualmente produz mais aço e alumínio que todo o restante do mundo, as novas alíquotas atingiram em cheio a indústria brasileira.

Em 2024, 12% das exportações brasileiras tiveram os EUA como destino, com destaque para petróleo, aço, aeronaves, café e celulose. Em relação às importações, o Brasil depende dos EUA para motores, máquinas, aeronaves e combustíveis. 

De acordo com economistas ouvidos pelo InfoMoney, a nova tarifa de 10% anunciada por Trump deverá impactar relativamente o comércio brasileiro no curto prazo.

Segundo um levantamento divulgado pelo banco Bradesco, o Brasil aplica tarifa média de 11,3% sobre produtos americanos (dado de 2022), enquanto os EUA cobram em média 2,2% dos produtos brasileiros.

Congresso brasileiro acelera tramitação da Lei da Reciprocidade

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (2) o regime de urgência para a tramitação do Projeto de Lei 2088/23, que autoriza o governo brasileiro a adotar contramedidas contra países ou blocos econômicos que impuserem restrições às exportações nacionais.

A proposta vem sendo apontada como uma resposta às medidas do presidente Donald Trump.

Aprovado nesta terça-feira (1º) pelo Senado, o texto agora aguarda votação dos deputados e está em discussão no plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões.

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