O Brasil superará na temporada 2011/12 os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Segundo o departamento do governo norte-americano, o Brasil exportará na temporada 38 milhões de toneladas, contra 36,06 milhões de toneladas dos EUA, que historicamente tem sido o principal exportador mundial.
Até o mês passado, o USDA projetava exportações do Brasil na temporada de 36,5 milhões de toneladas, contra 37,42 milhões dos EUA.
Mas nesta quarta-feira o órgão elevou a estimativa de safra de soja do Brasil para 75 milhões de toneladas , enquanto reduziu a previsão para os EUA, afetado por problemas climáticos.
"Isso ocorre porque eles tiveram problemas, a produção de soja deles (EUA) está comprometida em relação à estimativa inicial", explicou a gerente de Agroenergia da consultoria Informa Economics FNP, Jacqueline Bierhals.
Os Estados Unidos são os maiores produtores de soja do mundo, com safra estimada em 11/12 em 82,9 milhões de toneladas, contra 90,6 milhões de toneladas na temporada anterior, segundo o USDA.
"Para não afetar o consumo interno (dos EUA), o abastecimento para a indústria de rações, eles cortam as exportações", acrescentou Jacqueline.
Na safra passada, o Brasil exportou 29,9 milhões de toneladas, segundo o USDA, enquanto os norte-americanos exportaram 40,8 milhões de toneladas de soja.
O Brasil superou os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo somente uma vez, na temporada 2005/06, quando as exportações dos EUA foram em torno de 25 milhões de toneladas, enquanto os brasileiros exportaram 26 milhões de toneladas.
CÂMBIO
Outro fator que colabora para o Brasil avançar nas exportações globais de soja é o câmbio, lembrou a analista, considerando que o dólar tem se fortalecido no mundo, deixando a soja norte-americana menos competitiva.
"Com a valorização do dólar, a nossa soja acaba ficando mais competitiva, vem pegar aqui mesmo em época de safra lá. O Brasil ganhou competitividade nesse marcado", destacou Jacqueline.
Ela lembrou ainda que o Brasil se beneficia da manutenção da forte demanda da China, o principal importador global de soja, apesar de preocupações econômicas globais.
"Essa sombra da crise deixa o mercado inquieto, mas na escala de retrações os alimentos são os últimos a serem afetados", comentou ela.
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