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Confira a variação do PIB na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior |
Confira a variação do PIB na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior| Foto:

O ritmo de crescimento "chinês" do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre já perde força. Mas ele finalmente se espalhou por duas áreas cruciais que ainda não haviam recuperado todas as perdas da crise de 2008-2009. Entre janeiro e março, a indústria e os investimentos foram os grandes destaques do crescimento de 9% do PIB ante igual período de 2009.Foi o maior salto do PIB desde o início da série do IBGE, em janeiro de 1996, e pôs o Brasil no 6º lugar entre os países que mais cresceram no trimestre passado, em lista que considera, entre as 60 maiores economias, as 45 que já divulgaram os dados.

Na comparação com o último trimestre de 2009, o PIB subiu 2,7%. A indústria liderou a alta e cresceu 4,2%. Os investimentos, 7,4% (leia mais no quadro ao lado). As duas áreas contribuíram para um aumento de 13,1% nas importações, boa parte de matérias-primas e de máquinas e equipamentos para o setor industrial.

O aumento da chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo, nome técnico para os investimentos) é crucial para que o país cresça sem inflação. Como proporção do PIB, a FBCF atingiu 18%. Isso é mais do que os 16,3% do primeiro trimestre de 2009. Mas ainda está muito aquém dos 25% que muitos economistas consideram ideal para o país sustentar crescimento ao redor de 6%.

O primeiro trimestre foi o quarto consecutivo de recuperação. "A economia se recuperava desde o segundo trimestre de 2009, mas só agora o nível de investimentos chegou ao patamar do último trimestre de 2008, logo antes da crise", diz Rebeca Palis, gerente de contas trimestrais do IBGE. "A indústria, mais afetada pela crise, também já atingiu nível ligeiramente superior."

Daqui em diante, os números do PIB serão menores por influência de estatísticas passadas. "Há certamente uma moderação do crescimento, mas isso deve ser relativizado. O desempenho do primeiro trimestre foi absolutamente atípico, sem chance de se repetir", diz Sérgio Vale, economista da MB Associados. O primeiro trimestre de 2009 foi o "fundo do poço" da crise para o Brasil. É isso o que explica em grande medida o salto de 9% agora.

Consumo

Grande responsável pelo crescimento de anos anteriores e por amenizar a recessão de 2009, o consumo das famílias pisou no freio no primeiro trimestre deste ano. O avanço foi de só 1,5%, na comparação com os últimos três meses do ano passado. No quarto trimestre de 2009, a taxa fora de 2,1%; nos três meses anteriores, de 2,5%, e no início do ano passado, de 2,9%. Esta perda de vigor indica, segundo economistas, uma menor pressão inflacionária daqui para frente. "O consumo das famílias desacelerou em parte porque o crédito também desacelerou. E os serviços foram bem menos afetados pela crise que a indústria. O consumo está positivo há 26 trimestres consecutivos, ou seja, seis anos e meio", frisou Rebeca Palis.

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